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O LIVRO DE URANTIA


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DOCUMENTO 48

A VIDA MORONCIAL

Os Deuses não podem transformar uma criatura de natureza animal, grosseira, em um espírito perfeccionado por algum ato misterioso de mágica criativa – ou, pelo menos, não o fazem. Quando os Criadores desejam gerar seres perfeitos, eles o fazem por criação direta e original, mas nunca se propõem a converter criaturas materiais, e de origem animal, em seres de perfeição, em um único passo.

A vida moroncial, estendendo-se, tal como o faz, aos vários estágios da carreira do universo local, é o único caminho possível pelo qual os mortais materiais podem alcançar o umbral do mundo espiritual. Que magia poderia ter a morte, a dissolução natural do corpo material, para que um passo tão simples pudesse, instantaneamente, transformar a mente mortal e material em um espírito imortal e perfeito? A crença disso não é senão uma superstição ignorante e uma fábula que agrada.

Essa transição moroncial interpõe-se sempre entre o estado mortal e o status espiritual subseqüente dos seres humanos sobreviventes. Esse estado intermediário de progresso no universo difere marcadamente nas várias criações locais, mas, em intento e propósito, são todos bastante similares. A estruturação dos mundos das mansões e dos mundos moronciais mais elevados em Nebadon é bastante típica dos regimes de transição moroncial nessa parte de Orvonton.

1. MATERIAIS MORONCIAIS

Os reinos moronciais são as esferas de ligação, no universo local, entre os níveis materiais e espirituais da existência da criatura. A vida moroncial tem sido conhecida, em Urântia, desde os dias iniciais do Príncipe Planetário. De tempos em tempos, esse estado de transição tem sido ensinado aos mortais, e o conceito, de um modo distorcido, tem encontrado lugar nas religiões atuais.

As esferas moronciais são as fases de transição da ascensão mortal pelos mundos de progressão do universo local. Apenas os sete mundos que rodeiam a esfera dos finalitores dos sistemas locais são chamados de mundos das mansões, mas todas as cinqüenta e seis moradas de transição do sistema, em comum com as esferas mais elevadas, em volta das constelações e das sedes centrais do universo, são chamadas de mundos moronciais. Essas criações compartilham a beleza física e a grandeza moroncial das esferas da sede central do universo local.

Todos esses mundos são esferas arquitetônicas, e possuem exatamente o dobro do número de elementos dos planetas evoluídos. Esses mundos feitos sob medida têm não apenas metais pesados e cristais em abundância, com cem elementos físicos, mas também apresentam exatamente cem formas de uma organização única da energia chamada matéria moroncial. Os Mestres Controladores Físicos e os Supervisores do Poder Moroncial são, assim, capazes de modificar a rotação das unidades primárias


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da matéria e, ao mesmo tempo, transformar as associações de energia de modo a criar essa nova substância.

A vida moroncial primitiva nos sistemas locais é muito semelhante àquela do vosso mundo material atual, tornando-se menos física e mais verdadeiramente moroncial nos mundos de estudo da constelação. E, à medida que avançardes até as esferas de Salvington, vós alcançareis níveis cada vez mais espirituais.

Os Supervisores do Poder Moroncial são capazes de efetuar uma união das energias materiais e espirituais e, desse modo, organizar uma forma moroncial de materialização receptiva à sobreposição do controle de um espírito. À medida que fordes passando pela vida moroncial de Nebadon, esses mesmos Supervisores do Poder Moroncial, com a sua paciência e habilidade, irão prover-vos, sucessivamente, com 570 corpos moronciais, sendo, cada um, uma fase da vossa transformação progressiva. Desde o momento em que houverdes deixado os mundos materiais, até vos tornardes um espírito do primeiro estágio, em Salvington, vós ireis passar exatamente por 570 mudanças moronciais diferentes e ascendentes. Oito dessas mudanças ocorrem no sistema, setenta e uma na constelação, e 491 durante a vossa permanência nas esferas de Salvington.

Nos dias da carne mortal, o espírito divino reside em vós, quase como uma coisa à parte – na realidade, como uma invasão é que o espírito outorgado do Pai Universal habita no homem. Na vida moroncial, entretanto, o espírito tornar-se-á uma parte real da vossa personalidade, e à medida que passardes sucessivamente pelas 570 transformações progressivas, vós ascendereis, do estado material de vida da criatura, ao espiritual.

Paulo teve conhecimento da existência dos mundos moronciais e da realidade dos materiais moronciais, pois escreveu: “Nos céus existe uma substância melhor e mais durável”. E esses materiais moronciais são, ao pé da letra, reais, exatamente como na “cidade que tem fundações, e cujo arquiteto e construtor é Deus”. E cada uma dessas maravilhosas esferas é “um país melhor, isto é, um país celeste”.

2. OS SUPERVISORES DO PODER MORONCIAL

Esses seres singulares ocupam-se exclusivamente da supervisão das atividades que representam uma combinação do trabalho de energias espirituais e físicas, ou energias semimateriais. Eles devotam-se exclusivamente à ministração da progressão moroncial. Não é que eles ministrem tão-somente aos mortais durante a experiência de transição, porém, mais propriamente, eles tornam possível a existência de ambientes de transição para as criaturas moronciais em progressão. Eles são os canais para o poder moroncial que sustenta e energiza as fases moronciais dos mundos de transição.

Os Supervisores do Poder Moroncial são uma progênie do Espírito Materno do universo local. Eles são bastante padronizados nas suas formas, embora difiram ligeiramente em natureza, de uma criação local para outra. São criados para a sua função específica e não necessitam de nenhum aperfeiçoamento antes de iniciar suas responsabilidades.

A criação dos primeiros Supervisores do Poder Moroncial é simultânea com a chegada do primeiro sobrevivente mortal às margens de um dos primeiros mundos das mansões, em um universo local. Criados em grupos de mil, são eles classificados como se segue:

1. Reguladores dos Circuitos 400

2. Coordenadores de Sistemas 200

3. Custódios Planetários 100


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4. Controladores Combinados 100

5. Estabilizadores das Ligações 100

6. Classificadores Seletivos 50

7. Registradores Associados 50

Os supervisores do poder servem sempre nos seus universos de nascimento. Eles são dirigidos exclusivamente pela atividade espiritual conjunta do Filho do Universo e do Espírito do Universo; mas, por outro lado, são um grupo totalmente autogovernado. Eles mantêm uma sede central em cada um dos primeiros mundos das mansões dos sistemas locais, onde eles trabalham em estreita associação, tanto com os controladores físicos quanto com os serafins, mas funcionam em um mundo deles próprios, no que diz respeito à manifestação da energia e à aplicação do espírito.

Eles também trabalham algumas vezes ligados a fenômenos supramateriais, nos mundos evolucionários, como ministros designados temporariamente. Mas raramente servem nos planetas habitados; nem trabalham nos mundos mais elevados de educação do superuniverso, devotando-se principalmente ao regime de transição da progressão moroncial de um universo local.

1. Os Reguladores dos Circuitos. Estes são seres únicos que coordenam a energia física e a energia espiritual, e que regulam o seu fluxo nos canais separados das esferas moronciais; e esses circuitos são exclusivamente planetários, limitados a um único mundo. Os circuitos moronciais são distintos tanto dos circuitos físicos quanto dos espirituais, nos mundos de transição, sendo suplementares a ambos; e são necessários mesmo milhões desses reguladores para energizar um sistema de mundos de mansões, como o de Satânia.

Os reguladores dos circuitos iniciam aquelas mudanças, nas energias materiais, que as tornam sujeitas ao controle e à regulagem dos colaboradores deles. Esses seres são geradores do poder moroncial, assim como reguladores dos circuitos. De modo semelhante àquele pelo qual um dínamo aparentemente gera a eletricidade, retirando-a da atmosfera, esses dínamos moronciais vivos parecem transformar as energias, de todos os lugares do espaço, nos materiais que os supervisores moronciais entrelaçam nos corpos e nas atividades vitais dos mortais ascendentes.

2. Os Coordenadores dos Sistemas. Posto que cada mundo moroncial tem uma ordem distinta de energia moroncial, é extremamente difícil para os humanos visualizarem essas esferas. Todavia, em cada esfera sucessiva de transição, os mortais encontrarão a vida vegetal e tudo o mais que faz parte da existência moroncial, progressivamente modificada, de modo a corresponder à espiritualização, em avanço, do sobrevivente ascendente. E já que o sistema de energia de cada mundo é individualizado desse modo, esses coordenadores operam para harmonizar e dosar esses sistemas diferentes de poder até formarem uma unidade operativa para as esferas associadas de qualquer grupo particular.

Os mortais ascendentes progridem gradualmente do físico até o espiritual, enquanto vão avançando de um mundo moroncial para outro; e daí surge a necessidade de haver uma escala ascendente de esferas moronciais e uma escala ascendente de formas moronciais.

Quando os seres ascendentes dos mundos das mansões passam de uma esfera a outra, os serafins de transporte entregam-nos aos receptores dos coordenadores do sistema, no mundo mais avançado. E ali, naqueles templos singulares, no centro das setenta alas radiais, onde estão as salas de transição, semelhantes às salas de ressurreição no mundo inicial de recepção, para os mortais originários da Terra, as mudanças necessárias, na forma da criatura, são habilmente efetuadas pelos coordenadores do sistema.


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Para que se realizem essas mudanças iniciais na forma moroncial, são necessários cerca de sete dias do tempo-padrão.

3. Os Custódios Planetários. Cada mundo moroncial está sob a custódia de setenta guardiães – no que concerne aos assuntos moronciais – , desde as esferas das mansões até as sedes centrais do universo. Eles constituem o conselho planetário local de suprema autoridade moroncial. Esse conselho concede o material das formas moronciais para todas as criaturas ascendentes que aterrissam nas esferas, e autoriza aquelas mudanças, na forma da criatura, que tornam possível a um ascendente continuar até a esfera seguinte. Depois que os mundos das mansões são atravessados, vós sereis transladados de uma fase da vida moroncial para outra, sem ter de perder a consciência. A inconsciência acontece apenas durante as metamorfoses iniciais e nas últimas transições de um universo para outro, e de Havona até o Paraíso.

4. Os Controladores Combinados. Um desses seres, altamente mecânicos, está sempre posicionado no centro de cada unidade administrativa de um mundo moroncial. Um controlador combinado é sensível às energias físicas, espirituais e moronciais, e é funcional segundo as mesmas; e, associados a este ser, estão sempre dois coordenadores de sistema, quatro reguladores dos circuitos, um custódio planetário, um estabilizador das ligações e um registrador associado ou um classificador seletivo.

5. Os Estabilizadores das Ligações. São os reguladores da energia moroncial, em associação com as forças físicas e espirituais do reino. Eles tornam possível a conversão da energia moroncial em matéria moroncial. Toda a organização de existência moroncial depende dos estabilizadores. Eles reduzem a rotação da energia até aquele ponto em que esta pode tornar-se física. Contudo, não possuo termos de comparação, nem como ilustrar a ministração desses seres. Está muito além da imaginação humana.

6. Os Classificadores Seletivos. À medida que progredis de uma classe ou fase, de um mundo moroncial para outro, vós deveis ser reprogramados ou sintonizados segundo um diapasão mais elevado, e esta é a tarefa dos classificadores seletivos: manter-vos em sincronia progressiva dentro da vida moroncial.

Enquanto as formas moronciais básicas de vida e de matéria são idênticas, desde o primeiro mundo das mansões até a última esfera de transição do universo, há uma progressão funcional que se estende gradativamente do material ao espiritual. A vossa adaptação a uma tal criação, basicamente uniforme, mas que tem um avanço sucessivamente espiritualizante, é efetivada por essa reprogramação seletiva. Esse ajustamento no mecanismo da personalidade é equivalente a uma nova criação, não obstante o fato de manterdes a mesma forma moroncial.

Vós podeis sujeitar-vos repetidamente ao teste desses examinadores e, tão logo registrardes o adiantamento espiritual adequado, eles irão atestar, com prazer, que estais qualificados para um ponto mais avançado. Essas mudanças progressivas resultam em modificações nas reações ao meio ambiente moroncial, tais como: modificações nos quesitos alimentares e numerosas outras práticas pessoais.

Os classificadores seletivos prestam também grandes serviços em agrupar as personalidades moronciais, para fins de estudos, de ensino e de outros projetos. Eles indicam, naturalmente, aqueles que melhor funcionarão numa associação temporária.

7. Os Arquivistas Associados. O mundo moroncial tem os seus próprios registros e arquivistas que servem em associação com os registradores do espírito, na supervisão e na custódia


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de arquivos e de outros dados próprios às criações moronciais. Os arquivos moronciais estão disponíveis para todas as ordens de personalidades.

Todos os reinos moronciais de transição são acessíveis, do mesmo modo, aos seres materiais e espirituais. Na condição de seres moronciais em progresso, vós permanecereis em pleno contato com o mundo material e, ao mesmo tempo, com personalidades materiais e ireis discernir os seres do espírito, de um modo crescente, e confraternizar-vos com eles; e, à época da partida do regime moroncial, vós tereis visto todas as ordens de espíritos, com exceção de uns poucos dos tipos mais elevados tais como os Mensageiros Solitários.

3. OS COMPANHEIROS MORONCIAIS

Tais hostes dos mundos das mansões e moronciais são uma progênie do Espírito Materno de um universo local. São criados, de idade em idade, em grupos de cem mil, e em Nebadon, atualmente, existem mais de setenta bilhões desses seres singulares.

Os Companheiros Moronciais são treinados para o serviço pelos Melquisedeques, em um planeta especial perto de Salvington; eles não passam pelas escolas centrais dos Melquisedeques. O seu serviço é prestado desde o primeiro mundo das mansões dos sistemas até as mais altas esferas de estudo de Salvington, mas raramente eles são encontráveis nos mundos habitados. Eles servem sob a supervisão geral dos Filhos de Deus e sob a direção imediata dos Melquisedeques.

Os Companheiros Moronciais mantêm dez mil sedes centrais em um universo local – em cada um dos primeiros mundos das mansões dos sistemas locais. São uma ordem quase integralmente autogovernada e, em geral, são grupos inteligentes e leais de seres; mas, de quando em quando, ligando-se a certos levantes celestes infelizes, é sabido que eles se têm desviado. Milhares dessas criaturas úteis foram perdidas durante os tempos da rebelião de Lúcifer em Satânia. O vosso sistema local tem, agora, a sua cota completa desses seres; a perda na rebelião de Lúcifer foi recomposta apenas recentemente.

Há dois tipos distintos de Companheiros Moronciais: um tipo é dinâmico, o outro é reservado, mas, de resto, eles equivalem-se em status. Eles não são criaturas sexuadas, mas demonstram um afeto tocante e belo uns pelos outros. E, ainda que sejam dificilmente agregáveis no sentido material (humano), eles têm uma ordem de existência como criaturas que é muito próxima daquela das raças humanas. As criaturas intermediárias dos mundos são os vossos semelhantes mais próximos; em seguida, vêm os querubins moronciais e, depois destes, os Companheiros Moronciais.

Esses companheiros, de um modo comovente, são seres afetuosos e encantadoramente sociáveis. Possuem personalidades distintas e, quando vós os conhecerdes nos mundos das mansões, depois de aprenderdes a reconhecê-los como uma classe, logo discernireis a sua individualidade. Todos os mortais parecem-se uns com os outros; ao mesmo tempo, cada um de vós possui uma personalidade distinta e reconhecível.

Uma idéia sobre a natureza do trabalho desses Companheiros Moronciais pode ser dada pela seguinte classificação das suas atividades, em um sistema local:

1. Guardiães dos Peregrinos, estes não são designados para deveres específicos na sua associação com os progressores moronciais. Esses companheiros são responsáveis por toda a carreira moroncial e, portanto, são os coordenadores do trabalho de todos os outros ministros moronciais e transicionais.


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2. Receptores dos Peregrinos e Livres Associadores. Estes são os companheiros sociais dos recém-chegados aos mundos das mansões. Um deles certamente estará disponível para dar-vos as boas-vindas ao acordardes no mundo inicial das mansões, vindos do vosso primeiro sono de trânsito do tempo, quando experienciareis a ressurreição da morte na carne para a vida moroncial. E do tempo em que vós assim receberdes as boas-vindas, formalmente, ao acordardes, até aquele dia em que deixardes o universo local como um espírito do primeiro estágio, esses Companheiros Moronciais estarão sempre convosco.

Os Companheiros não são designados permanentemente para os indivíduos. Um mortal ascendente, em um mundo das mansões, ou em outro mais elevado, poderia ter um companheiro diferente em cada uma das várias ocasiões sucessivas, e de novo poderia ficar, por longos períodos, sem nenhum deles. Tudo dependeria das necessidades e também da disponibilidade de companheiros.

3. Anfitriões dos Visitantes Celestes. Estas criaturas gentis dedicam-se ao entretenimento dos grupos supra-humanos de estudantes visitantes e outros seres celestes que acaso possam estar em permanência nos mundos de transição. Vós tereis amplas oportunidades de visitar qualquer reino pelo qual já tenhais passado experiencialmente. Aos estudantes visitantes é permitido ir a todos os planetas habitados, mesmo àqueles em isolamento.

4. Coordenadores e Diretores das Ligações Sociais. Estes companheiros dedicam-se a facilitar o inter-relacionamento moroncial e à prevenção das confusões. Eles são os instrutores da conduta social e do progresso moroncial, promovendo classes e outras atividades grupais entre os mortais ascendentes. Eles mantêm áreas extensas onde reúnem os seus alunos e, de tempos em tempos, fazem uma requisição de artesãos celestes e diretores de retrospecção para ilustrações dos seus programas. À medida que progredirdes, vós ireis entrar em contato íntimo com esses companheiros, e sentireis uma afeição bastante grande por ambos os grupos. Se vós ireis estar associados a um tipo mais dinâmico ou a um tipo mais retraído de companheiro, essa é uma questão de oportunidade.

5. Intérpretes e Tradutores. Durante o princípio da carreira em mansônia, vós ireis recorrer, freqüentemente, aos intérpretes e aos tradutores. Eles conhecem e falam todas as línguas de um universo local; eles são os lingüistas dos reinos.

Vós não ireis adquirir o conhecimento de novas línguas automaticamente; vós ireis aprender uma língua, ali, do mesmo modo que o fazeis por aqui, e esses seres brilhantes serão os vossos professores de línguas. O primeiro estudo nos mundos das mansões será o da língua de Satânia e, depois, o da língua de Nebadon. E, enquanto estiverdes adquirindo a mestria completa dessas novas línguas, os Companheiros Moronciais serão os vossos intérpretes eficientes e os vossos tradutores pacientes. Nunca encontrareis um visitante, em qualquer desses mundos, para quem algum dentre os Companheiros Moronciais não seja capaz de oficiar como intérprete.

6. Supervisores de Excursões e Retrospecção. Estes companheiros vos acompanharão nas viagens mais longas à esfera-sede central e mundos circundantes de cultura de transição. Eles planejam, conduzem e supervisionam todas essas viagens individuais e grupais pelos mundos de aperfeiçoamento e de cultura do sistema.

7. Custódios das Áreas e Edifícios. Até mesmo as estruturas materiais e moronciais têm a sua perfeição e a sua grandeza aumentada à medida que avançais na carreira em mansônia. Como indivíduos e como grupos, é-vos permitido fazer certas mudanças nas moradas destinadas a vós, como sede da vossa permanência nos diferentes mundos


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das mansões. Muitas das atividades dessas esferas acontecem nos recintos abertos dos círculos, quadrados e triângulos diversificadamente designados. A maioria das estruturas dos mundos das mansões não tem telhados, sendo recintos de construção magnífica e com ornamentação requintada. As condições climáticas e outras condições físicas que prevalecem nos mundos arquitetônicos tornam os telhados completamente desnecessários.

Esses custódios das fases de transição da vida ascendente são supremos na gestão dos assuntos moronciais. Eles foram criados para esse trabalho e, enquanto aguardam a factualização do Ser Supremo, eles continuarão sendo sempre os Companheiros Moronciais; nunca realizarão outras tarefas.

À medida que os sistemas e os universos forem sendo estabelecidos em luz e vida, os mundos das mansões deixarão, progressivamente, de funcionar como esferas para a transição de educação moroncial. Cada vez mais os finalitores instituirão o seu regime de educação, que parece destinar-se a transferir a conscientização cósmica do nível atual do grande universo para os universos exteriores futuros. Os Companheiros Moronciais estão destinados a funcionar cada vez mais em associação com os finalitores e em inúmeros outros reinos não-revelados em Urântia até o momento presente.

Vós podeis prever que esses seres irão provavelmente contribuir muito para que desfruteis melhor dos mundos das mansões, sendo longa ou curta a vossa permanência neles. E continuareis a gozar da companhia deles durante toda a vossa ascensão a Salvington. Eles não são, tecnicamente, essenciais a qualquer parte da vossa experiência de sobrevivência. Vós poderíeis alcançar Salvington sem eles, mas eles vos fariam muita falta. Eles constituem um luxo para a personalidade na vossa carreira ascendente no universo local.

4. OS DIRETORES DE RETROSPECÇÃO

A alegria jubilosa e o equivalente ao sorriso são tão universais quanto a música. Há um equivalente moroncial e um equivalente espiritual para a alegria e para o riso. A vida ascendente é como que dividida igualmente entre o trabalho e a diversão – a ausência do compromisso.

O relaxamento celeste e o humor supra-humano são muito diferentes dos seus análogos humanos, mas todos nós nos permitimos realmente uma variação de cada um deles; e de fato eles fazem por nós, no estado em que estamos, quase exatamente o que o humor ideal é capaz de fazer por vós, em Urântia. Os Companheiros Moronciais são promotores hábeis da recreação, sendo muito competentemente apoiados pelos diretores de retrospecção.

Vós iríeis, provavelmente, entender melhor o trabalho dos diretores de retrospecção se eles fossem comparados aos tipos mais elevados de humoristas de Urântia, embora esta seja uma maneira por demais grosseira e um tanto infeliz de tentar dar-vos uma idéia da função desses diretores da variedade e da recreação, desses ministros do elevado humor dos reinos moronciais e espirituais.

Ao analisar o humor espiritual, devo primeiro dizer-vos o que ele não é. Aquilo que é engraçado para um ser do espírito nunca vem da ridicularização dos infortúnios dos fracos e dos fracassados. E jamais blasfema contra a retidão e a glória da divindade. O nosso humor abrange três níveis gerais de apreciação:

1. As anedotas sobre as reminiscências. Os gracejos nascem da memória de episódios passados da própria experiência de combate, de lutas e algumas vezes do temor e não raro de ansiedades tolas e infantis. Para nós, essa fase do humor deriva de uma capacidade profunda e enraizada de retirar, das memórias do passado, um material com o qual temperamos agradavelmente as pesadas cargas do presente, deixando-as também mais leves.


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2. O humorismo corriqueiro. A falta de sentido de grande parte das coisas que tão freqüentemente nos levam a preocupações sérias, o júbilo de descobrir a pouca importância de grande parte das nossas ansiedades pessoais sérias. Apreciamos muito esse tipo de humor, quando nos tornamos mais capazes de dar um desconto nas inquietações do presente em favor das certezas do futuro.

3. O júbilo profético. Talvez seja difícil para os mortais visualizarem essa espécie de humor, mas temos uma satisfação especial com a segurança “de que todas as coisas trabalham juntas para o bem” – para os seres espirituais e moronciais, tanto quanto para os mortais. Esse aspecto do humor celeste nasce da nossa fé na proteção amorosa dos nossos superiores e da estabilidade divina dos nossos Diretores Supremos.

Todavia, os diretores de retrospecção dos reinos não estão preocupados exclusivamente em descrever o alto humor das várias ordens de seres inteligentes; ocupam-se também em dirigir a diversão, a recreação espiritual e os divertimentos moronciais. E, para tanto, eles contam com a sincera cooperação dos artesãos celestes.

Os próprios diretores de retrospecção não são um grupo criado; formam um corpo recrutado que abrange seres que vão desde os nativos de Havona, passando pelas hostes de mensageiros do espaço e pelos espíritos ministradores do tempo, até os progressores moronciais dos mundos evolucionários. Todos são voluntários, doando a si próprios ao trabalho de ajudar os seus companheiros na realização da mudança do pensamento e descanso da mente, pois essas atitudes muito ajudam na recuperação das energias exauridas.

Quando parcialmente esgotados pelos esforços da realização e, enquanto aguardamos receber novas cargas de energia, encontramos um prazer agradável em reviver as nossas atuações de outros dias e idades. É repousante lembrar-nos das primeiras experiências da raça ou da ordem. E é exatamente por isso que esses artistas são chamados de diretores de retrospecção – eles ajudam na retrospecção, feita pela memória, na busca de um estado primário do desenvolvimento ou de um momento anterior de menor experiência do ser.

Todos os seres têm prazer com essa espécie de retrospecção, exceto aqueles que são Criadores inerentes e, portanto, auto-rejuvenescedores automáticos, e certos tipos altamente especializados de criaturas, tais como os centros de potência e os controladores físicos, que são eterna e meticulosamente pragmáticos em todas as suas reações. Essas liberações periódicas das tensões do dever funcional são uma parte regular da vida em todos os mundos no universo dos universos, mas não na Ilha do Paraíso. Os seres naturais da morada central são incapazes de se esgotarem e não estão, portanto, sujeitos à reenergização. E, com esses seres de perfeição eterna do Paraíso, não pode haver nenhuma retrospecção de experiências evolucionárias.

A maioria de nós ascendeu de estágios mais baixos de existência, ou por meio de níveis progressivos, dentro das nossas ordens, e é repousante e até divertido, em uma certa medida, recordar certos episódios das nossas primeiras experiências. Há um repouso na contemplação do que é antigo, para a nossa própria ordem, e que fica na mente como uma posse da memória. O futuro significa luta e avanço; representa trabalho, esforço e realização; mas o passado tem o sabor de coisas já conquistadas e dominadas; a contemplação do passado permite o descanso e uma revisão tão livre de preocupações que provoca a alegria espiritual e um estado moroncial de mente que beira à exultação.

Até mesmo o humor mortal fica mais afável, quando ilustra episódios envolvendo seres cujo estado de desenvolvimento está um pouco abaixo do próprio estado atual, ou quando envolve supostos superiores como vítimas das experiências comumente


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associadas aos seres supostamente inferiores. Vós, de Urântia, permitistes, por demais, que muito do que é ao mesmo tempo vulgar e cruel fosse misturado ao vosso humor, mas, no todo, vós deveis ser congratulados por terdes um senso de humor relativamente apurado. Algumas das vossas raças têm uma rica veia de humorismo que as ajuda grandemente nas suas carreiras terrenas. Aparentemente, vós recebestes muito, do sentido do humor, da vossa herança Adâmica, muito mais do que vos foi assegurado tanto na música quanto nas artes.

Durante as épocas de recreação, naquelas horas em que os seus habitantes fazem ressurgir, de um modo arrefecido, as memórias de um estágio anterior mais baixo de existência, todo o Satânia é edificado pelo agradável humor de um corpo de diretores de retrospecção de Urântia. O senso de humor celeste, nós o conservamos sempre conosco, mesmo quando engajados no mais difícil dos compromissos. Ele nos ajuda a evitar que a noção da nossa própria importância se desenvolva fora das medidas. Entretanto, não damos asas a ele, livremente, como pode-se dizer, “divirta-se”, exceto quando estamos em recesso, fora dos compromissos sérios das nossas respectivas ordens.

Quando somos tentados a aumentar nossa própria importância, se pararmos para contemplar a infinitude da grandeza e da magnitude d’Aqueles que nos fizeram, a nossa própria autoglorificação torna-se sublimemente ridícula, beirando mesmo ao cômico. Uma das funções do humor é ajudar cada um de nós a levar-se menos a sério. O humor é o antídoto divino para a exaltação do ego.

A necessidade da descontração e da diversão trazidas pelo humor é maior naquelas ordens de seres ascendentes que, na sua luta para se elevar, estão submetidas a uma tensão contínua. Os dois extremos da vida têm pouca necessidade da recreação do humorismo. Os homens primitivos não têm capacidade para tal; e os seres com a perfeição do Paraíso não têm tal necessidade. As hostes de Havona são, naturalmente, um conjunto de personalidades supremamente felizes, extremamente cheias de júbilo e hilariantes. No Paraíso, a qualidade da adoração elimina a necessidade das atividades da retrospecção, mas, entre aqueles que iniciam as suas carreiras muito abaixo da meta da perfeição do Paraíso, há bastante lugar para a ministração dos diretores de retrospecção.

Quanto mais elevada a espécie mortal, maior a tensão e maior a capacidade de humor, e também como maior será a necessidade dele. No mundo do espírito, o oposto é verdadeiro: quanto mais alto nós ascendermos, menor será a necessidade das diversões na experiência da retrospecção. Continuando, porém, escala abaixo na vida do espírito, do Paraíso até as hostes seráficas, há uma crescente necessidade da missão da alegria e da ministração da hilariedade. Aqueles seres que mais necessitam do revigoramento de uma retrospecção periódica, até o estado intelectual das experiências prévias, são os tipos mais elevados de espécies humanas, os seres moronciais, os anjos e os Filhos Materiais, juntamente com todos os tipos semelhantes de personalidades.

O humor deveria funcionar como uma válvula automática de segurança para prevenir o acúmulo de pressões excessivas, devido à monotonia de uma autocontemplação séria e contínua, em ligação com a intensa luta pelo progresso evolutivo e pelas realizações nobres. O humor também funciona para reduzir o choque do impacto inesperado de um fato ou da verdade; do fato rígido e inflexível e da verdade flexível e eternamente viva. A personalidade mortal nunca se sente segura diante daquilo com que se deparará em seguida; no entanto, por meio do humor, rapidamente vê do que se trata e encontra o discernimento interior e capta a natureza inesperada da situação, seja do fato, seja da verdade.

Conquanto o humor de Urântia seja grosseiro demais e quase sem arte, ele é de valor no seu propósito, é tanto uma segurança para a saúde como é um liberador da pressão emocional, impedindo, assim, as tensões nervosas nocivas e uma autocontemplação séria em demasia. O humor e a recreação – a descontração – nunca são reações de esforços


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progressivos; são sempre ecos de uma olhada para trás, uma reminiscência do passado. Mesmo em Urântia, e do modo como estais agora, vós sempre achais rejuvenescedor quando, por um curto período, podeis suspender a tensão dos esforços intelectuais novos e mais elevados e voltar às ocupações mais simples dos vossos ancestrais.

Os princípios da vida recreativa de Urântia são filosoficamente sadios e continuam a ser aplicáveis durante a vossa vida ascendente, desde os circuitos de Havona até as margens eternas do Paraíso. Como seres ascendentes, vós estais de posse das memórias pessoais de todas as existências anteriores e mais baixas e, sem essas lembranças da identidade do passado, não haveria nenhuma base para o humor do presente, seja o riso dos mortais, seja a alegria moroncial. É a recordação das experiências passadas que fornece a base para a diversão e o recreio do presente. E assim vós ireis desfrutar dos equivalentes celestes do vosso humor terreno durante todo o caminho ascendente das vossas longas carreiras moronciais, que ficam cada vez mais espirituais. E aquela parte de Deus (o Ajustador) que se torna uma parte eterna da personalidade de um mortal ascendente contribui com os supratons da divindade para as expressões jubilosas, e mesmo para o riso espiritual das criaturas ascendentes do tempo e do espaço.

5. OS EDUCADORES DOS MUNDOS DAS MANSÕES

Os Mestres do Mundo das Mansões são um corpo de querubins e sanobins desmembrados, mas glorificados. Quando um peregrino do tempo avança, de um mundo de provas do espaço até os mundos das mansões e os mundos interligados de aperfeiçoamento moroncial, ele é acompanhado pelo seu serafim pessoal ou grupal, o guardião do destino. Nos mundos de existência mortal, o serafim é ajudado, com muita competência, pelos querubins e sanobins; mas, quando o pupilo mortal deles é liberado dos laços da carne e inicia a sua carreira ascendente, quando a vida pós-material ou moroncial começa, o serafim acompanhante não tem mais necessidade das ministrações dos seus antigos lugartenentes, o querubim e o sanobim.

Esses assistentes do serafim ministrante são então abandonados e, freqüentemente, são convocados até a sede central do universo, onde passam pelo abraço estreito do Espírito Materno do Universo, seguindo depois para as esferas de aperfeiçoamento do sistema, como Mestres dos Mundos das Mansões. Esses instrutores visitam, freqüentemente, os mundos materiais, desde o mundo mais baixo das mansões até a mais alta das esferas educacionais ligadas à sede central do universo, e trabalham neles. Por sua própria iniciativa, eles podem retornar ao seu trabalho associativo anterior, com os serafins ministrantes.

Há bilhões e bilhões desses instrutores em Satânia, e o número deles está constantemente crescendo, porque, na maioria dos casos, quando um serafim acompanha um mortal fusionado com o Ajustador, no seu caminho para o interior, um querubim e um sanobim são deixados para trás.

Os Mestres dos Mundos das Mansões, como a maioria dos outros instrutores, são nomeados pelos Melquisedeques. Geralmente, eles são supervisionados pelos Companheiros Moronciais, mas, como indivíduos e como professores, eles são supervisionados pelos chefes em exercício das escolas ou esferas nas quais possam estar funcionando como instrutores.

Esses querubins avançados comumente trabalham aos pares, como faziam quando estavam agregados aos serafins. Por natureza, eles estão muito próximos do tipo moroncial de existência e são instrutores inerentemente compassivos para com os mortais ascendentes. E eles conduzem de um modo muito eficiente o programa preparatório do mundo das mansões e do sistema de educação moroncial.


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Nas escolas da vida moroncial, esses educadores engajam-se no ensino individual, grupal, de classes e de massa. Nos mundos das mansões, essas escolas são organizadas em três grupos gerais de cem divisões cada: as escolas do pensamento, as escolas do sentimento e as escolas da ação. Quando alcançardes a constelação, serão acrescentadas as escolas de ética, administração e ajustamento social. Nos mundos-sedes centrais do universo, vós entrareis nas escolas de filosofia, de divindade e de espiritualidade pura.

Aquelas coisas que poderíeis ter aprendido na Terra, mas cujo conhecimento vós não obtivestes, devem, então, ser aprendidas sob a tutela desses fiéis e pacientes instrutores. Não existem caminhos especiais, nem atalhos, nem sendeiros fáceis para o Paraíso. Independentemente das variações individuais de itinerário, vós deveis conquistar a mestria das lições de uma esfera, antes de prosseguirdes para outras; isso é verdadeiro, ao menos depois que houverdes deixado o mundo em que nascestes.

Um dos propósitos da carreira moroncial é extirpar, permanentemente, dos sobreviventes mortais os seus vestígios de características animais, tais como a protelação, os equívocos, a insinceridade, o escapismo aos problemas, a injustiça e a opção pelo mais fácil. A vida em mansônia muito cedo ensina aos jovens alunos moronciais que não se evita uma coisa adiando-a. Após a vida na carne, o tempo não mais está disponível como uma técnica para esquivar-nos das situações, nem para evitar as obrigações desagradáveis.

Começando por servir nas mais baixas das esferas de permanência, os Mestres dos Mundos das Mansões avançam, tendo adquirido experiência, pelas esferas educacionais do sistema e da constelação, até os mundos de aperfeiçoamento de Salvington. Eles não se submetem a nenhuma disciplina especial, nem antes nem depois do abraço do Espírito Materno do Universo. Já foram treinados para o seu trabalho, enquanto serviam como colaboradores seráficos, nos mundos de nascimento dos seus pupilos permanentes nos mundos das mansões. Tiveram uma experiência efetiva com esses mortais em avanço, nos mundos habitados. São professores práticos e compassivos, instrutores sábios e compreensivos, guias capazes e eficientes. Eles estão inteiramente familiarizados com os planos ascendentes e são completamente experientes nas fases iniciais da carreira de progressão.

Muitos dos mais antigos desses mestres, aqueles que têm servido há longa data nos mundos do circuito de Salvington, são reabraçados pelo Espírito Materno do Universo e, deste segundo abraço, esses querubins e sanobins emergem com o status de serafins.

6. SERAFINS DOS MUNDOS MORONCIAIS – OS MINISTROS DE TRANSIÇÃO

Embora todas as ordens de anjos, desde os ajudantes planetários até os serafins supremos, ministrem nos mundos moronciais, os ministros de transição são mais exclusivamente designados para essas atividades. Esses anjos são da sexta ordem de servidores seráficos, e a sua ministração é devotada a facilitar o trânsito, para as criaturas materiais e mortais, da vida temporal na carne até os primeiros estágios da existência moroncial nos sete mundos das mansões.

Vós devíeis compreender que a vida moroncial de um mortal ascendente realmente tem o seu início nos mundos habitados, quando se dá a concepção da alma, naquele momento em que a mente da criatura de status moral é residida pelo espírito Ajustador. Desse momento em diante, a alma mortal tem capacidade potencial para uma função supramortal, e até mesmo para ser reconhecida nos níveis mais elevados das esferas moronciais do universo local.


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Vós não sereis, contudo, conscientes da ministração dos serafins de transição, antes de atingirdes os mundos das mansões, onde eles trabalham incansavelmente, para o avanço dos seus pupilos mortais, sendo designados ao serviço segundo as sete divisões seguintes:

1. Os Evangelhos Seráficos. No momento em que retomais a consciência, nos mundos das mansões, vós sereis classificados como espíritos em evolução nos registros do sistema. É bem verdade que, na realidade, não sois espíritos ainda, mas já não sois seres mortais nem materiais, já tereis embarcado na carreira de pré-espíritos e já fostes devidamente admitidos à vida moroncial.

Nos mundos das mansões, os evangelhos seráficos vos ajudarão a escolher, sabiamente, entre os caminhos opcionais para Edêntia, Salvington, Uversa e Havona. Se houver um certo número de caminhos igualmente aconselháveis, estes serão colocados diante de vós; e ser-vos-á permitido selecionar aquele que vos atrair mais. Esses serafins, então, fazem recomendações aos vinte e quatro conselheiros em Jerusém a respeito daquela via que seria a mais favorável para cada alma ascendente.

Não vos é dado escolher, irrestritamente, o vosso futuro percurso; todavia, podereis optar, dentro dos limites daquilo que os ministros de transição e os superiores deles, sabiamente, determinam como mais adequado para realizardes a vossa meta espiritual futura. O mundo espiritual é governado pelo princípio do respeito à escolha feita pelo vosso livre-arbítrio, desde que o percurso que possais escolher não esteja em detrimento de vós próprios e desde que não cause dano aos vossos companheiros.

Esses evangelhos seráficos estão dedicados à proclamação da palavra de Deus para a progressão eterna, para o triunfo ao atingir a perfeição. Nos mundos das mansões, eles proclamam a grande lei da conservação e do predomínio da bondade: nenhum ato de bondade jamais se perde totalmente; pode permanecer frustrado por muito tempo, mas nunca é totalmente anulado, e é eternamente potente na proporção da divindade de sua motivação.

Mesmo em Urântia, eles aconselham os mestres humanos da verdade e da retidão a aderirem à pregação “da bondade de Deus, que leva ao arrependimento”, a proclamar “o amor de Deus, que elimina todo o temor”. E, deste modo, as verdades têm sido declaradas no vosso mundo:

Os Deuses são os meus guardiães; eu não me perderei;

Lado a lado, eles conduzem-me nos belos caminhos e na glória revigorante da vida eterna.

E, nessa divina presença, não terei fome de alimento nem sede de água. Ainda que eu desça ao vale da incerteza ou ascenda aos mundos da dúvida,

Ainda que eu caminhe na solidão ou com os meus semelhantes,

Mesmo que eu triunfe nos coros da luz ou titubeie nos locais solitários das esferas,

O Vosso bom espírito ministrará a mim, e o Vosso anjo glorioso confortar-me-á.

Ainda que eu desça às profundezas da escuridão e da própria morte,

Não duvidarei de Vós, nem Vos temerei,

Porque sei que, na plenitude dos tempos e na glória do Vosso nome,

Vós me elevareis, para que eu me assente Convosco nas fortificações das alturas.


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Essa foi a história sussurrada ao menino pastor durante a noite. Ele não conseguiu guardar palavra por palavra, mas, com o melhor da sua memória, ele nos deu o que ainda hoje é relembrado desse modo.

Esses serafins são também os evangelhos, a palavra de Deus, para que todo o sistema atinja a perfeição, tanto quanto o ascendente individual. E, mesmo agora, no jovem sistema de Satânia, os ensinamentos e os planos deles abrangem provisões para as idades futuras, quando os mundos das mansões não mais servirem aos ascendentes mortais como patamares para as esferas do alto.

2. Os Intérpretes Raciais. As raças dos seres mortais não são todas iguais. É bem verdade que há um modelo planetário a reger a natureza e as tendências físicas, mentais e espirituais das várias raças de um dado mundo; mas também há tipos raciais distintos e tendências sociais bastante definidas que caracterizam as progênies desses tipos básicos, mas diferentes, de seres humanos. Nos mundos do tempo, os intérpretes raciais seráficos suplementam os esforços dos comissários da raça, no sentido de harmonizar os pontos de vista variados das raças, e eles continuam a funcionar nos mundos das mansões, onde essas mesmas diferenças tendem a persistir em uma certa medida. Num planeta confuso, tal como Urântia, esses seres brilhantes mal tiveram uma oportunidade digna de funcionar à altura, no entanto, eles são os hábeis sociólogos e os sábios conselheiros étnicos do primeiro céu.

Deveríeis considerar a declaração sobre o “céu” e sobre o “céu dos céus”. O céu concebido pela maioria dos vossos profetas foi o primeiro mundo das mansões do sistema local. Quando o apóstolo falou sobre ter sido “levado ao terceiro céu”, referia-se ele à experiência na qual o seu Ajustador destacava-se dele durante o sono e, nesse estado inusitado, fazia uma projeção ao terceiro dos sete mundos das mansões. Alguns dos vossos sábios tiveram a visão do céu maior, “o céu dos céus”, do qual a experiência sétupla no mundo das mansões não é senão o primeiro céu; o segundo, sendo Jerusém; o terceiro, Edêntia e seus satélites; o quarto, Salvington e as esferas educacionais que a circundam; o quinto, Uversa; o sexto, Havona; e o sétimo, o Paraíso.

3. Os Planejadores da Mente. Estes serafins devotam-se a agrupar efetivamente os seres moronciais e a organizar o trabalho deles em equipes nos mundos das mansões. Eles são os psicólogos do primeiro céu. A maioria dessa divisão especial de ministros seráficos teve uma experiência anterior como anjos guardiães de filhos do tempo, mas os seus pupilos, por alguma razão, fracassaram na sua personalização nos mundos das mansões, ou, então, sobreviveram por meio da técnica de fusão com o Espírito.

É tarefa dos planejadores da mente estudar a natureza, a experiência e o status das almas que têm Ajustadores, e que estão em trânsito nos mundos das mansões para facilitar os agrupamentos delas para os serviços e o avanço. Esses planejadores da mente, porém, não tramam, não manipulam, nem tiram vantagem de outro modo em vista da ignorância e outras limitações dos estudantes do mundo das mansões. São integralmente equânimes e eminentemente justos. Eles respeitam a vossa recém-nascida vontade moroncial; eles vos consideram como seres volitivos independentes, e procuram encorajar o vosso rápido desenvolvimento e avanço. Aqui, vós estareis face a face com amigos verdadeiros e com conselheiros compreensivos, anjos que são realmente capazes de ajudar-vos a “verdes a vós próprios como os outros vos vêem” e de “conhecer-vos como os anjos vos conhecem”.

Mesmo em Urântia, esses serafins ensinam a eterna verdade: Se a vossa própria mente não vos presta um bom serviço, podeis substituí-la pela mente de Jesus de Nazaré, que vos irá sempre servir bem.


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4. Os Conselheiros Moronciais. Estes ministros recebem tal nome porque são designados para ensinar, direcionar e aconselhar os mortais sobreviventes dos mundos de origem humana, almas em trânsito para as escolas mais altas da sede central do sistema. Eles são os educadores daqueles que buscam discernir interiormente, pela unidade experiencial dos níveis divergentes de vida, aqueles que estão tentando a integração dos significados e a unificação dos valores. Essa é a função da filosofia na vida mortal e, nas esferas moronciais, é função da mota.

A mota é mais que uma filosofia superior; ela está para a filosofia assim como dois olhos estão para um olho só; ela tem um efeito estereoscópico sobre os significados e valores. O homem material vê o universo como ele é, mas apenas com um olho – no plano. Os estudantes dos mundos das mansões alcançam a perspectiva cósmica – em profundidade – pela superposição das percepções da vida moroncial, por sobre as percepções da vida física. E tornam-se capazes de colocar esses pontos de vista materiais e moronciais sob um foco verdadeiro, em grande parte graças à ministração incansável dos seus conselheiros seráficos, que tão pacientemente ensinam aos estudantes dos mundos das mansões e aos progressores moronciais. Muitos dos conselheiros da ordem suprema dos serafins, que ensinam, começaram as suas carreiras como conselheiros das almas recém-liberadas dos mortais do tempo.

5. Os Técnicos. Estes são os serafins que ajudam os novos ascendentes a ajustarem-se ao novo e relativamente estranho meio ambiente das esferas moronciais. A vida, nos mundos de transição, acarreta um contato real com as energias e materiais, tanto do nível físico quanto dos níveis moronciais, e em uma certa medida com as realidades espirituais. Os ascendentes devem aclimatar-se a cada novo nível moroncial e, em tudo isso, eles são grandemente ajudados pelos técnicos seráficos. Esses serafins atuam como ligações, com os Supervisores do Poder Moroncial e com os Mestres Controladores Físicos, e funcionam amplamente como instrutores para os peregrinos ascendentes, no que diz respeito à natureza das energias que são utilizadas nas esferas de transição. Eles servem como cruzadores espaciais de emergência, e executam numerosos outros deveres regulares e especiais.

6. Os Mestres Registradores. Estes serafins são os registradores das transações fronteiriças entre o espiritual e o físico, das relações entre homens e anjos, das transações moronciais nos mais baixos dos reinos do universo. Eles também servem como instrutores, no que diz respeito às técnicas eficientes e definitivas de registro dos fatos. Há uma arte na reunião e na coordenação inteligente de dados correlatos, e essa arte é aprimorada em colaboração com os artesãos celestes, e até mesmo os mortais ascendentes podem afiliar-se assim a esse aprendizado junto com os serafins registradores.

Os registradores de todas as ordens seráficas devotam um certo período de tempo à educação e ao aperfeiçoamento dos progressores moronciais. Esses custódios angélicos dos fatos do tempo são os instrutores ideais para todos aqueles que buscam os fatos. Antes de deixar Jerusém, vós vos tornareis bastante familiarizados com a história de Satânia e dos seus 619 mundos habitados, e muito dessa história vos será passada pelos registradores seráficos.

Todos esses anjos fazem parte da corrente de registradores que se estende desde os mais baixos aos mais altos custódios dos fatos do tempo e das verdades da eternidade. Algum dia, eles irão ensinar-vos a buscar a verdade, tanto quanto os fatos, para expandir a vossa alma, bem como a vossa mente. E, mesmo agora, vós devíeis aprender a regar o jardim do vosso coração, tanto quanto a buscar as areias secas do conhecimento. As formas não têm valor quando as lições são aprendidas. Nenhum pintinho pode existir sem o ovo, e nenhuma casca de ovo tem valor depois que o pintinho saiu. Algumas vezes, porém, o erro é tão grande que a sua


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retificação, por meio da revelação, seria fatal para aquelas verdades que emergem vagarosamente, mas que são essenciais para superar o erro experiencialmente. Quando as crianças têm os seus ideais, não os destruamos; deixemo-los crescer. E enquanto estais aprendendo a pensar como homens, deveríeis também estar aprendendo a orar como crianças.

A lei é a vida em si mesma e não as regras para conduzi-la. O mal é uma transgressão da lei; não uma violação das regras de conduta pertinentes à vida, que é a lei. A falsidade não é uma questão de técnica de narração, mas algo premeditado como uma perversão da verdade. A criação de novos quadros tirados de velhos fatos, um restabelecimento da vida dos pais nas vidas da sua prole – esses são os triunfos artísticos da verdade. A sombra de um cacho de cabelo, premeditada para um propósito inverdadeiro; o mais leve torcer ou perverter daquilo que é um princípio – isso constitui a falsidade. Contudo, o fetiche da verdade factualizada, a verdade fossilizada, a braçadeira de ferro da assim chamada verdade imutável, encerra-nos cegamente dentro do círculo fechado do fato frio. Podemos estar tecnicamente certos quanto ao fato e eternamente errados quanto à verdade.

7. As Reservas Ministrantes. Um imenso corpo de todas as ordens de serafins de transição é mantido no primeiro mundo das mansões. De todas as ordens de serafins, esses ministros de transição, depois dos guardiães do destino, são os que mais se aproximam dos humanos, e muitos dos vossos momentos de lazer serão passados com eles. Os anjos têm no serviço um prazer e, quando descompromissados, muitas vezes ministram como voluntários. A alma de muitos mortais ascendentes foi pela primeira vez tocada pela chama divina da vontade de servir por meio de amizade pessoal com os servidores voluntários das reservas seráficas.

Deles, vós ireis aprender a fazer com que as pressões se transformem em estabilidade e certeza; a serdes fiéis e sérios e, ao mesmo tempo, alegres; a aceitar desafios sem queixas; e a enfrentar dificuldades e incertezas sem medo. Eles perguntarão: se fracassardes, levantar-vos-eis indômitos para tentar de novo? Se bem-sucedidos, vós mantereis uma atitude bem equilibrada – uma atitude estável e espiritualizada – em cada esforço, na longa luta para quebrar as correntes da inércia material, para alcançar a liberdade da existência espiritual?

Como os próprios mortais, esses anjos têm gerado muitas decepções, e eles vos mostrarão como, algumas vezes, os vossos desapontamentos mais decepcionantes puderam transformar-se nas vossas maiores bênçãos. Algumas vezes, o plantio de uma semente necessita da sua morte, a morte das vossas esperanças mais queridas, antes que renasça para dar os frutos da nova vida e da nova oportunidade. Deles vós ireis aprender a sofrer menos, pelas tristezas e desapontamentos, primeiro, fazendo menos planos pessoais envolvendo outras personalidades, e depois, aceitando a vossa parte quando houverdes fielmente cumprido o vosso dever.

Ireis aprender que as vossas cargas aumentam e as possibilidades de sucesso diminuem quando levais a vós próprios excessivamente a sério. Nada pode ter precedência sobre o trabalho na esfera em que vós tendes o vosso status – esse mundo ou o próximo. Muito importante é o trabalho de preparação para a próxima e mais elevada esfera, mas nada se iguala, em importância, ao trabalho no mundo em que vós estais de fato vivendo. E assim, embora o trabalho seja importante, o ego não o é. Quando vos sentis importantes, vós perdeis energia por meio do desgaste da dignidade do ego, de modo que pouca energia sobra para fazer o trabalho. Dar-se muita auto-importância e pouca importância ao trabalho exaure as criaturas imaturas; é o elemento do ego que exaure, não o esforço para realizar. Vós podeis fazer um trabalho importante, se não vos atribuirdes auto-importância excessiva; podeis fazer várias coisas tão facilmente quanto fazeis uma só, se deixardes a vós próprios de fora. A variedade descansa; a monotonia é o que desgasta e exaure. O dia após dia é igual – apenas a vida ou a alternativa da morte.


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7. A MOTA MORONCIAL

Os planos mais baixos da mota moroncial confluem, e se encontram, imediatamente abaixo, com os mais altos níveis da filosofia humana. No primeiro mundo das mansões é prática ensinar aos estudantes menos avançados pela técnica das paralelas; isto é, em uma coluna são apresentados os mais simples conceitos dos significados da mota, e na coluna oposta são colocadas as citações de afirmações análogas da filosofia mortal.

Há pouco tempo, enquanto cumpria um compromisso no primeiro mundo das mansões de Satânia, eu tive a ocasião de observar esse método de ensino; e, embora eu não possa apresentar a parte da lição que corresponde à mota, é-me permitido recordar as vinte e oito afirmações da filosofia humana que aquele instrutor moroncial estava utilizando como material ilustrativo, destinado a ajudar esses recém-chegados ao mundo das mansões nos seus primeiros esforços para compreender o significado e o sentido da mota. Essas ilustrações da filosofia humana eram:

1. Uma demonstração de habilidade especializada não significa a posse de capacidade espiritual. A engenhosidade não substitui o caráter verdadeiro.

2. Poucas pessoas vivem à altura da fé que na verdade possuem. O medo irracional é uma fraude intelectual madrasta, praticada contra a alma mortal em evolução.

3. As capacidades inerentes não podem ser superadas; em um copo jamais pode caber um litro. O conceito espiritual não pode ser mecanicamente imposto aos moldes da memória material.

4. Poucos mortais ousam atribuir a soma dos créditos da sua personalidade aos ministérios combinados da natureza e da graça. A maioria das almas empobrecidas é verdadeiramente rica, mas se recusa a acreditar nisso.

5. As dificuldades podem desafiar a mediocridade e derrotar os temerosos, mas elas apenas estimulam os verdadeiros filhos dos Altíssimos.

6. Desfrutar do privilégio sem abuso, ter liberdade sem licença, possuir o poder e firmemente se recusar a usá-lo para o auto-engrandecimento – essas são as marcas de uma alta civilização.

7. Acidentes cegos e imprevistos não ocorrem no cosmo. Nem os seres celestes ajudam um ser mais baixo que se recusa a agir sob a sua luz da verdade.

8. O esforço nem sempre produz alegria, mas não existe felicidade sem esforço inteligente.

9. A ação gera a força; a moderação resulta no encanto.

10. A retidão toca as cordas da harmonia da verdade; e a melodia vibra em todo o cosmo, para reconhecer até mesmo o Infinito.

11. Os fracos condescendem em resoluções, mas os fortes agem. A vida não é senão um dia de trabalho – faça-o bem. O ato é nosso; as conseqüências são de Deus.

12. A maior aflição do cosmo é nunca ter sido afligido. Os mortais apenas aprendem a sabedoria pela experiência da tribulação.

13. É do isolamento solitário das profundezas experienciais que as estrelas são mais bem discernidas, não dos cumes iluminados e deslumbrantes das montanhas.

14. Estimulai o apetite dos vossos companheiros pela verdade; dai um conselho apenas quando vos for pedido.


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15. A afetação é o esforço ridículo do ignorante para parecer sábio, a tentativa da alma estéril de parecer rica.

16. Vós não podeis perceber a verdade espiritual até que a vossa experiência a tenha provado, contudo muitas verdades não são realmente sentidas senão na adversidade.

17. A ambição é perigosa até que ela seja integralmente socializada. Vós não adquirireis, verdadeiramente, uma virtude sequer, até que os vossos atos vos façam dignos dela.

18. A impaciência é um veneno para o espírito; a raiva é como uma pedra atirada em um ninho de vespas.

19. A ansiedade deve ser abandonada. As decepções mais difíceis de serem toleradas são aquelas que nunca chegam.

20. Apenas um poeta pode ver poesia na prosa lugar-comum da existência rotineira.

21. A missão elevada de qualquer arte é, por meio das suas ilusões, prenunciar uma realidade universal superior, é cristalizar as emoções do tempo no pensamento da eternidade.

22. A alma em evolução não se torna divina pelo que faz, mas por aquilo que se esforça por fazer.

23. A morte nada acrescenta à posse intelectual nem à dotação espiritual, mas ao cabedal experiencial acrescenta a consciência da sobrevivência.

24. O destino da eternidade é determinado, momento a momento, por aquilo que é realizado na vida do dia-a-dia. Os atos de hoje são o destino de amanhã.

25. A grandeza não repousa tanto em possuir força, quanto em fazer um uso sábio e divino dessa força.

26. O conhecimento é adquirido apenas pelo compartilhamento; ele é salvaguardado pela sabedoria e socializado pelo amor.

27. O progresso requer o desenvolvimento da individualidade; a mediocridade busca a perpetuação pela padronização.

28. A necessidade de defender uma proposição por meio da argumentação é inversamente proporcional ao teor da sua verdade implícita.

Esse é um trabalho para os iniciantes no primeiro mundo das mansões, enquanto os alunos mais avançados, nos mundos seguintes, estão cuidando da própria mestria sobre níveis mais elevados do discernimento cósmico e da mota moroncial.

8. OS PROGRESSORES MORONCIAIS

Desde a época da graduação, nos mundos das mansões, até o alcance do status espiritual, na carreira do superuniverso, os mortais ascendentes são denominados progressores moronciais. A vossa passagem por essa maravilhosa vida fronteiriça será uma experiência inesquecível, uma memória encantadora. É o portal evolucionário para a vida do espírito, e é o atingir final da perfeição da criatura, por meio do qual os seres ascendentes realizam a meta do tempo – encontrar Deus no Paraíso.

Há um propósito divino e definido em todo esse esquema moroncial, e posteriormente espiritual, de progressão mortal, essa escola universal de minuciosa educação para as criaturas ascendentes. É desígnio dos Criadores proporcionar às criaturas do tempo uma gradativa oportunidade de aprendizado, para que adquiram a mestria sobre os detalhes da operação e da


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administração do grande universo, e esse curso longo de aperfeiçoamento será mais bem aproveitado se os mortais sobreviventes efetuarem a escalada gradualmente, e por meio de uma participação factual em cada passo da ascensão.

O plano de sobrevivência para os mortais tem um objetivo prático e útil; vós não sois os receptáculos de todo esse trabalho divino e desse aperfeiçoamento cuidadoso apenas para que vós possais sobreviver e gozar de uma bênção infindável e de uma tranqüilidade eterna. Há uma meta de serviço transcendente, oculta além do horizonte da presente idade do universo. Se os Deuses tivessem como desígnio meramente levar-vos em uma longa e eterna excursão de júbilo, por certo eles não teriam transformado tão amplamente todo o universo em uma vasta e intrincada escola prática de aperfeiçoamento, que requer uma parte substancial da criação celeste, como professores e instrutores, para, então, despender idades e mais idades pilotando-vos, um a um, por meio dessa gigantesca escola do universo para a educação experiencial. O desenvolvimento do esquema de progressão mortal parece ser um dos principais pontos do universo presentemente organizado, e a maioria das inumeráveis ordens de inteligências criadas está, direta ou indiretamente, engajada em fazer, em alguma fase, com que esse plano progressivo de perfeccionamento avance.

Percorrendo a escala ascendente da existência viva, desde o homem mortal até o abraço da Deidade, de fato vós viveis a vida mesma de todas as fases e estágios possíveis da existência da criatura perfeccionada, dentro dos limites da idade presente do universo. De homem mortal a finalitor do Paraíso, fica abrangido tudo o que agora pode ser – engloba tudo o que atualmente é possível às ordens viventes de seres-criaturas finitos, inteligentes e perfeccionados. Se o futuro destino dos finalitores do Paraíso for o de servir nos novos universos agora em formação, fica assegurado que nessa nova e futura criação não haverá ordens criadas de seres experienciais, cujas vidas sejam inteiramente diferentes daquelas que os finalitores mortais viveram em algum mundo, como parte do seu aperfeiçoamento ascendente, como um dos estágios do seu progresso de idade em idade, do animal ao anjo, do anjo ao espírito e do espírito a Deus.

[Apresentado por um Arcanjo de Nebadon.]