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O LIVRO DE URANTIA


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DOCUMENTO 19

OS SERES COORDENADOS ORIGINÁRIOS DA TRINDADE

Esse grupo do Paraíso, chamado de Seres Coordenados Originários da Trindade, abrange: os Filhos Instrutores da Trindade, também classificados entre os Filhos de Deus do Paraíso; três grupos de altos administradores dos superuniversos; e a categoria impessoal, de um certo modo, dos Espíritos Inspirados da Trindade. Até mesmo os nativos de Havona podem ser incluídos, apropriadamente, nessa classificação de personalidades da Trindade, junto com inúmeros grupos de seres residentes no Paraíso. Nesta exposição, os seres originários da Trindade, a serem incluídos, são:

1. Os Filhos Instrutores da Trindade.

2. Os Perfeccionadores da Sabedoria.

3. Os Conselheiros Divinos.

4. Os Censores Universais.

5. Os Espíritos Inspirados da Trindade.

6. Os Nativos de Havona.

7. Os Cidadãos do Paraíso.

À exceção dos Filhos Instrutores da Trindade e possivelmente dos Espíritos Inspirados da Trindade, esses grupos têm um número definido de seres; a sua criação é um evento concluído e passado.

1. OS FILHOS INSTRUTORES DA TRINDADE

Dentre todas as ordens elevadas de personalidades celestes reveladas a vós, apenas a dos Filhos Instrutores da Trindade atua em uma capacidade dual. Tendo na Trindade a origem da sua natureza, eles são quase que totalmente devotados, na sua função, aos serviços da filiação divina. Eles são seres de ligação e, no abismo universal, são uma ponte entre as personalidades originárias da Trindade e as personalidades de origem dual.

Enquanto o número dos Filhos Estacionários da Trindade está completo, o número dos Filhos Instrutores está constantemente crescendo. Qual será o número final de Filhos Instrutores, eu não sei. Posso, contudo, afirmar que, no último relato periódico para Uversa, os registros do Paraíso indicavam 21 001 624 821 desses Filhos em serviço.

Esses seres formam o único grupo, revelado a vós, de Filhos de Deus, cuja origem é a Trindade do Paraíso. Eles distribuem-se pelo universo central e pelos superuniversos, e um corpo enorme deles está designado para cada universo local. Eles também servem aos planetas individuais, como o fazem os outros Filhos de Deus do Paraíso. Como o sistema do grande universo não está plenamente desenvolvido, um grande número de Filhos Instrutores é mantido nas reservas do Paraíso; e fazem-se voluntários para os encargos de emergência e serviços incomuns, em todas as divisões do grande universo, nos mundos solitários do espaço, nos universos locais, nos superuniversos e nos mundos de Havona. Eles funcionam também no Paraíso, mas será mais útil postergar uma consideração detalhada, até que cheguemos à exposição sobre os Filhos de Deus do Paraíso.


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A esse respeito pode ser notado, entretanto, que os Filhos Instrutores são personalidades supremas de coordenação, de origem na Trindade. Num universo dos universos tão vasto, há sempre um grande perigo de sucumbir ao erro de limitar o ponto de vista, incorrendo no mal que advém de uma concepção segmentada da realidade e da divindade.

Como exemplo: a mente humana normalmente anseia por abordar a filosofia cósmica, retratada nestas revelações, por meio de um procedimento que parte do simples e do finito, indo ao complexo e infinito; das origens humanas aos destinos divinos. Mas esse caminho não leva à sabedoria espiritual. Esse procedimento é o caminho mais fácil, para uma certa forma de conhecimento genético, mas, na melhor das hipóteses, pode apenas revelar as origens do homem; e pouco ou nada revela sobre o seu destino divino.

Mesmo no estudo da evolução biológica do homem, em Urântia, há graves objeções a uma abordagem exclusivamente histórica, do seu status atual e dos seus problemas presentes. A verdadeira perspectiva de qualquer questão da realidade ? humana ou divina, terrestre ou cósmica ? pode ser obtida apenas por meio de um estudo completo, sem preconceitos, e por meio de uma correlação entre as três fases da realidade do universo: a sua origem, sua História e seu destino. Um entendimento apropriado dessas três realidades experienciais proporciona a base de uma estimativa sábia do que é o status atual.

Quando a mente humana se propõe seguir a técnica filosófica, de partir do mais baixo para atingir o mais elevado, seja em biologia, seja em teologia, está sempre correndo o risco de cometer quatro erros de raciocínio:

1. Pode deixar totalmente de perceber a meta evolucionária final e completa; seja de alcance pessoal, seja de destino cósmico.

2. Pode cometer o supremo erro filosófico de supersimplificar a realidade cósmica evolucionária (experiencial), levando, assim, à distorção de fatos, à deturpação da verdade e a uma interpretação errônea dos destinos.

3. O estudo da causação é uma leitura da História, mas o conhecimento de como um ser se transforma, não proporciona, necessariamente, uma compreensão inteligente do status atual e do verdadeiro caráter desse ser.

4. A História, isoladamente, falha em revelar adequadamente o desenvolvimento futuro ? o destino. As origens finitas são de ajuda; no entanto só as causas divinas revelam os efeitos finais. Os fins eternos não são mostrados pelos começos no tempo. O presente apenas pode ser interpretado de fato à luz do passado e do futuro, de um modo correlacionado.

Portanto, por esse motivo e ainda por outras razões, é que empregamos a técnica de abordar o homem e os seus problemas planetários, embarcando em uma jornada no espaço-tempo, partindo da Fonte e Centro do Paraíso, infinita, eterna e divina, de toda a realidade da personalidade e de toda a existência cósmica.

2. OS PERFECCIONADORES DA SABEDORIA

Os Perfeccionadores da Sabedoria são uma criação especializada da Trindade do Paraíso, destinada a personificar a sabedoria da divindade, nos superuniversos. Há exatamente sete bilhões desses seres em existência; e um bilhão deles está designado para cada um dos sete superuniversos.

Os Perfeccionadores da Sabedoria, juntamente com os seus coordenados, os Conselheiros Divinos e os Censores Universais, passaram pela sabedoria do Paraíso, de Havona e, exceto por Divinington, pelas esferas do Pai, no Paraíso. Após essas experiências, os Perfeccionadores da Sabedoria foram designados permanentemente para o


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serviço dos Anciães dos Dias. Eles não servem nem no Paraíso, nem nos mundos dos circuitos do Paraíso-Havona; eles ocupam-se totalmente da administração dos governos dos superuniversos.

Onde quer que um Perfeccionador da Sabedoria funcione, e sempre quando ele funcionar, lá funcionará então a sabedoria divina. Há realidade de presença e perfeição de manifestação no conhecimento e sabedoria representados pelos feitos dessas personalidades poderosas e majestosas. Eles não refletem a sabedoria da Trindade do Paraíso; eles são essa sabedoria. Eles são as fontes da sabedoria, para todos os mestres, na aplicação do conhecimento universal; eles são as fontes da prudência e os mananciais do discernimento para as instituições de ensino e esclarecimento, em todos os universos.

A sabedoria é dupla pela sua origem: primeiro, é derivada da perfeição do discernimento divino inerente aos seres perfeitos; e, segundo, da experiência pessoal adquirida pelas criaturas evolucionárias. Os Perfeccionadores da Sabedoria são a sabedoria divina da perfeição do Paraíso e do discernimento interno da Deidade. Quando atuam em conjunto, os seus colaboradores administrativos em Uversa, os Mensageiros Poderosos, Aqueles Sem Nome Nem Número e Aqueles Elevados Em Autoridade são a sabedoria da experiência do universo. Um ser divino pode ter a perfeição do conhecimento divino. Um mortal evolucionário pode, em algum momento, alcançar a perfeição do conhecimento ascendente, mas nenhum desses seres isoladamente exaure os potenciais de toda a sabedoria possível. Por conseguinte, quando se deseja atingir o máximo de sabedoria administrativa, na condução do superuniverso, os Perfeccionadores da Sabedoria, com o seu discernimento divino, sempre se associam às personalidades ascendentes que atingiram altas responsabilidades, na autoridade superuniversal, por meio de atribulações experienciais na progressão evolucionária.

Os Perfeccionadores da Sabedoria sempre necessitarão desse complemento, o da sabedoria experiencial, para o completar da sua sagacidade administrativa. Mas tem sido postulado que os finalitores do Paraíso certamente poderão alcançar um nível elevado, e não atingido até então, de sabedoria, depois que forem induzidos, em um determinado momento, a penetrar no sétimo estágio da experiência espiritual. Se essa inferência estiver correta, então esses seres aperfeiçoados de ascensão evolucionária irão, sem dúvida, tornar-se os administradores do universo, os mais eficientes a serem jamais conhecidos em toda a criação. Acredito ser esse o alto destino dos finalitores.

A versatilidade dos Perfeccionadores da Sabedoria capacita-os a participar praticamente de todos os serviços celestes, para as criaturas ascendentes. Os Perfeccionadores da Sabedoria e a minha ordem de personalidades, a dos Conselheiros Divinos, junto com a dos Censores Universais, constituem as mais altas ordens de seres que podem assumir, e que assumem, os trabalhos de revelação da verdade aos planetas, de forma individualizada, e aos sistemas, seja nas suas épocas primitivas, seja quando estiverem estabelecidos em luz e vida. De tempos em tempos, todos entramos em contato com o serviço aos mortais ascendentes, seja na vida inicial de um planeta, seja em um universo local ou em um superuniverso, e particularmente neste último.

3. OS CONSELHEIROS DIVINOS

Esses seres originários da Trindade formam o conselho da Deidade para os reinos dos sete superuniversos. Eles não são refletivos do conselho divino da Trindade; eles são esse conselho. Existem vinte e um bilhões de Conselheiros em serviço, e três bilhões estão designados para cada superuniverso.


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Os Conselheiros Divinos são os colaboradores dos Censores Universais e dos Perfeccionadores da Sabedoria, sendo iguais a eles; ficando de um a sete Conselheiros ligados a cada uma dessas personalidades. Todas essas três ordens participam do governo dos Anciães dos Dias, incluindo o dos setores maiores e menores, o dos universos locais e constelações; bem como nos concílios dos soberanos dos sistemas locais.

Atuamos como indivíduos, como eu o faço ao ditar este documento; mas nós também funcionamos como um trio, quando a ocasião o exige. Quando atuamos em uma função executiva, sempre estão associados um Perfeccionador da Sabedoria, um Censor Universal e de um a sete Conselheiros Divinos.

Um Perfeccionador da Sabedoria, sete Conselheiros Divinos e um Censor Universal constituem um tribunal de divindade da Trindade, o mais alto corpo assessor móvel nos universos do espaço e do tempo. Esse grupo de nove é conhecido como um tribunal para coletar informações, ou de revelação da verdade e, quando ele se reúne para o julgamento de uma questão e toma uma decisão, é exatamente como se um Ancião dos Dias houvesse julgado a questão, pois, em todos os anais dos superuniversos, tal veredicto nunca foi revertido por um Ancião dos Dias.

Quando os três Anciães dos Dias atuam, a Trindade do Paraíso atua. Quando o tribunal dos nove chega a uma decisão, seguindo as suas deliberações unificadas, para todos os intentos e propósitos, é como se os Anciães dos Dias houvessem falado. E é dessa maneira que os Governantes do Paraíso fazem contato pessoal, para as questões administrativas e regulamentações governamentais, com os mundos individuais, sistemas e universos.

Os Conselheiros Divinos são a perfeição do conselho divino da Trindade do Paraíso. Nós representamos, e de fato somos, o conselho da perfeição. Quando somos suplementados pelo conselho experiencial dos nossos associados, seres perfeitos, de ascensão evolucionária e abraçados pela Trindade, as nossas conclusões combinadas são, não apenas completas, mas repletas. Uma vez que o nosso conselho unificado tenha sido associado, julgado, confirmado e promulgado por um Censor Universal, é muito provável que atinja mesmo os umbrais da totalidade universal. Tais veredictos representam a abordagem mais próxima possível da atitude absoluta da Deidade, dentro dos limites do espaço-tempo da situação envolvida e do respectivo problema.

Sete Conselheiros Divinos, em conexão com um trio evolucionário trinitarizado ? um Mensageiro Poderoso, Um Elevado em Autoridade e Um Sem Nome nem Número ? representam a maior aproximação superuniversal da unificação entre o ponto de vista humano e a atitude divina, em níveis quase paradisíacos de significados espirituais e de valores da realidade. Uma aproximação tão nítida entre as atitudes cósmicas da criatura e do Criador apenas é ultrapassada pelos Filhos do Paraíso, que se auto-outorgam e que são, em todas as fases da experiência da personalidade, Deus e homem.

4. OS CENSORES UNIVERSAIS

Há exatamente oito bilhões de Censores Universais em existência. Esses seres únicos são o julgamento da Deidade. Eles não são meramente refletivos das decisões da perfeição; eles são o julgamento da Trindade do Paraíso. Mesmo os Anciães dos Dias não se reúnem para julgamento, a não ser em associação com os Censores Universais.

Um Censor é indicado para cada um do total de um bilhão de mundos do universo central, tornando-se um adjunto da administração planetária do Eterno dos Dias residente. Nem os Perfeccionadores da Sabedoria, nem os Conselheiros Divinos tornam-se, assim, adjuntos, de um modo tão permanente, das administrações de Havona; e não entendemos inteiramente


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por que os Censores Universais estão sediados no universo central. As suas atividades atuais dificilmente justificam a sua designação para Havona, e por isso suspeitamos que eles estejam ali por antecipação das necessidades de alguma idade futura do universo, na qual a população de Havona possa mudar parcialmente.

Um bilhão de Censores é designado para cada um dos sete superuniversos. Tanto na sua capacidade individual, quanto na associação com os Perfeccionadores da Sabedoria e com os Conselheiros Divinos, eles operam em todas as divisões dos sete superuniversos. Assim, os Censores atuam em todos os níveis do grande universo, desde os mundos perfeitos de Havona até os conselhos dos Soberanos de Sistemas; e eles são uma parte orgânica de todos os julgamentos dispensacionais dos mundos evolucionários.

Onde um Censor Universal estiver presente e quando estiver presente, aí, e então, estará o julgamento da Deidade. E, já que os Censores sempre pronunciam os seus veredictos em conjunto com os Perfeccionadores da Sabedoria e com os Conselheiros Divinos, essas decisões abrangem a sabedoria unificada, o conselho e o julgamento da Trindade do Paraíso. Nesse trio em jurisdição, o Perfeccionador da Sabedoria seria o “Eu era”, o Conselheiro Divino, o “Eu serei”, e o Censor Universal sempre, o “Eu sou”.

Os Censores são personalidades totalizadoras do universo. Quando mil testemunhas ? ou um milhão ? houverem prestado testemunho, quando a voz da sabedoria houver falado e o conselho da divindade tiver sido registrado, quando o testemunho da perfeição ascendente houver sido acrescentado, então o Censor funciona; e imediatamente é revelada uma totalização, sem erro e divina, de tudo o que houver acontecido; e essa aclaração representa a conclusão divina, a soma e a essência de uma decisão final e perfeita. Quando um Censor, portanto, houver falado, ninguém mais pode falar, pois o Censor haverá apresentado o total, o verdadeiro e o inequívoco sobre tudo aquilo que sucedeu antes. Depois que ele fala, não há mais apelação.

Eu compreendo plenamente a operação da mente de um Perfeccionador da Sabedoria, mas, com certeza, eu não entendo integralmente o trabalho da mente jurisprudente de um Censor Universal. Parece-me que os Censores formulam novas significações e originam valores novos de associação entre os fatos, verdades e evidências encontrados, apresentados a eles no curso de uma investigação dos assuntos do universo. Parece provável que os Censores Universais sejam capazes de formular interpretações originais, partindo das combinações entre o discernimento do Criador perfeito e a experiência aperfeiçoada da criatura. Essa associação entre a perfeição do Paraíso e a experiência do universo, sem dúvida, traz à existência, por conseqüência, um novo valor em ultimidade.

Mas isso não é o fim das nossas dificuldades, no que concerne ao funcionamento das mentes dos Censores Universais. Mesmo havendo efetuado todas as devidas concessões, por tudo o que conhecemos ou conjecturamos sobre o funcionamento de um Censor, em qualquer situação no universo, verificamos que não somos capazes de predizer as suas decisões, nem de prognosticar veredictos. Nós determinamos, muito cuidadosamente, o resultado provável da associação da atitude do Criador e da experiência da criatura, mas tais conclusões nem sempre são os prognósticos acurados das revelações do Censor. Quer-nos parecer que os Censores, de alguma maneira, estão em ligação com o Absoluto da Deidade; pois, de outro modo, não poderíamos explicar muitas das suas decisões e ditames.

Os Perfeccionadores da Sabedoria, os Conselheiros Divinos e os Censores Universais, junto com as sete ordens das Personalidades Supremas da Trindade, constituem aqueles dez grupos que algumas vezes têm sido denominados os Filhos Estacionários da Trindade. Juntos, eles compõem o grande corpo de administradores, governantes, executivos, assessores, conselheiros e juízes da Trindade. O seu número ultrapassa ligeiramente os trinta


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e sete bilhões. Dois bilhões e setenta milhões permanecem estacionados no universo central; e cerca de pouco mais de cinco bilhões em cada superuniverso.

É muito difícil descrever os limites funcionais dos Filhos Estacionários da Trindade. Seria incorreto dizer que as suas atuações se limitam ao finito, pois há transações, registradas nos arquivos dos superuniversos, que indicam o contrário. Eles atuam em qualquer nível da administração ou jurisdição do universo, para o qual possam ser requeridos pelas condições tempo-espaciais, e que se referem à evolução do universo-mestre no passado, presente e futuro.

5. OS ESPÍRITOS INSPIRADOS DA TRINDADE

Serei capaz de dizer pouquíssimo sobre os Espíritos Inspirados da Trindade, pois eles são uma das poucas ordens totalmente secretas de seres em existência; secreta, sem dúvida, por lhes ser impossível revelar inteiramente a si próprios, até mesmo àqueles de nós cuja origem é muito próxima da fonte de criação deles. Eles vêm à existência por um ato da Trindade do Paraíso, e podem ser utilizados por Uma ou Duas quaisquer das Deidades, bem como pelas Três juntas. Não sabemos se esses Espíritos têm o seu número limitado e completo, ou se estão crescendo constantemente em número, mas inclinamo-nos a acreditar que o seu número não seja fixo.

Não compreendemos totalmente nem a natureza, nem a conduta dos Espíritos Inspirados. Eles podem, provavelmente, pertencer à categoria de espíritos suprapessoais. Eles parecem operar em todos os circuitos conhecidos e parecem atuar quase independentemente de tempo e espaço. Mas é pouquíssimo o que sabemos sobre eles, exceto pelo que deduzimos do seu caráter, a partir da natureza das suas atividades, cujos resultados nós certamente observamos aqui e ali, nos universos.

Sob certas condições, esses Espíritos Inspirados podem individualizar-se o suficiente para que sejam reconhecidos por seres originários da Trindade. Eu já os vi; mas nunca seria possível, às ordens mais baixas de seres celestes, reconhecer um deles. Certas circunstâncias surgem, de tempos em tempos, quando da condução dos universos em evolução, nas quais qualquer ser originário da Trindade pode empregar diretamente os serviços desses Espíritos, para melhor cumprir as suas tarefas. Sabemos, portanto, que eles existem e que, sob certas condições, podemos solicitar e receber a assistência deles; e, algumas vezes, até reconhecer a sua presença. Mas eles não são uma parte da organização manifesta e definidamente revelada, encarregada da condução dos universos do espaço-tempo antes que essas criações materiais se estabeleçam em luz e vida. Eles não têm um lugar claramente discernível na economia atual, nem na administração dos sete superuniversos em evolução. Eles são um segredo da Trindade do Paraíso.

Os Melquisedeques de Nebadon ensinam que os Espíritos Inspirados da Trindade estão destinados, em algum tempo do futuro eterno, a funcionar no lugar dos Mensageiros Solitários, cujas fileiras estão, vagarosa mas certamente, desfalcando-se, por causa das suas designações como associados de alguns tipos de filhos trinitarizados.

Os Espíritos Inspirados são os Espíritos solitários do universo dos universos. Como Espíritos, eles são muito semelhantes aos Mensageiros Solitários, exceto por estes últimos serem personalidades definidas. Muito do nosso conhecimento sobre os Espíritos Inspirados vem dos Mensageiros Solitários, os quais detectam a proximidade deles em virtude de possuírem uma inerente sensibilidade à presença dos Espíritos Inspirados, que funciona tão infalivelmente quanto a agulha magnetizada indica o norte magnético. Quando um Mensageiro Solitário está perto de um Espírito Inspirado da Trindade, ele se torna consciente de uma indicação qualitativa daquela presença divina e também de um registro quantitativo muito definido,


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que o capacita factualmente a conhecer a classificação ou o número da presença ou presenças dos Espíritos.

Posso relatar mais um fato interessante: quando um Mensageiro Solitário está em um planeta cujos habitantes são resididos por Ajustadores do Pensamento, como em Urântia, ele torna-se consciente de uma excitação qualitativa na sua captação-sensibilidade à presença de espíritos. Em tais circunstâncias não há excitação quantitativa, apenas uma agitação qualitativa. Quando está em um planeta aonde os Ajustadores do Pensamento não vão, o contato com os nativos não produz nenhuma reação similar. Isso sugere que os Ajustadores do Pensamento estejam relacionados, de alguma maneira, aos Espíritos Inspirados da Trindade do Paraíso, ou conectados com eles. De algum modo, eles podem estar associados, em certas fases do seu trabalho; mas realmente de nada sabemos. Eles todos se originam perto do Centro e Fonte de todas as coisas, mas não são da mesma ordem de seres. Os Ajustadores do Pensamento brotam apenas do Pai; os Espíritos Inspirados são uma progênie da Trindade do Paraíso.

Os Espíritos Inspirados não pertencem, aparentemente, ao esquema evolucionário dos planetas individuais, nem dos universos; e, ainda assim, parecem estar em quase todo lugar. Agora mesmo, enquanto me empenho em formular esta declaração, a sensibilidade pessoal à presença daquela ordem de Espíritos, do Mensageiro Solitário que está associado a mim, indica que está conosco, neste momento mesmo, a uma distância não maior que oito metros, um Espírito da ordem Inspirada e do terceiro volume de presença de poder. O terceiro volume de presença de poder sugere-nos a possibilidade de três Espíritos Inspirados funcionando em coligação.

Das mais de doze ordens de seres associados a mim, neste momento, o Mensageiro Solitário é o único a estar consciente da presença dessas entidades misteriosas da Trindade. E mais, mesmo estando assim prevenidos sobre a proximidade desses Espíritos divinos, permanecemos, todos, na ignorância quanto à sua missão. Realmente não sabemos se são observadores meramente interessados nas nossas ações, ou se estão, de alguma maneira desconhecida nossa, contribuindo de fato para o sucesso da nossa tarefa.

Sabemos que os Filhos Instrutores da Trindade devotam-se ao esclarecimento ? ou iluminação ? consciente das criaturas do universo. Cheguei à conclusão firme de que os Espíritos Inspirados da Trindade, por meio de técnicas supraconscientes, estão também funcionando como instrutores dos reinos. Estou convencido de que há um vasto corpo de conhecimento espiritual essencial, verdade indispensável à conquista de um elevado nível espiritual, que não pode ser conscientemente recebido; a autoconsciência iria efetivamente colocar em risco a segurança da recepção. Se estivermos certos sobre esse conceito (e toda a minha ordem de seres compartilha dele), a missão desses Espíritos Inspirados pode ser a de vencer essa dificuldade, de criar a ponte ligando o abismo existente no esquema universal entre o esclarecimento moral e o avanço espiritual. Achamos que esses dois tipos de instrutores, originários da Trindade, têm alguma espécie de ligação nas suas atividades, mas na realidade de nada sabemos.

Nos mundos de aprendizado dos superuniversos e nos circuitos eternos de Havona, tenho confraternizado com os mortais em perfeccionamento ? almas espiritualizadas e ascendentes, dos reinos evolucionários ?? mas eles nunca estiveram conscientes dos Espíritos Inspirados que os poderes detectores dos Mensageiros Solitários indicavam, de quando em quando, estar bem próximos de nós. Tenho conversado livremente com todas as ordens de Filhos de Deus, mais elevadas e menos elevadas, e eles, do mesmo modo, não estão conscientes das advertências dos Espíritos Inspirados da Trindade. Eles podem examinar e examinam, retrospectivamente, as suas experiências passadas e encontram acontecimentos que seriam difíceis de explicar se a atuação de tais Espíritos não fosse levada em conta. Contudo, à exceção dos Mensageiros


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Solitários e, algumas vezes, de seres originários da Trindade, nenhum membro das famílias celestes jamais esteve consciente da proximidade dos Espíritos Inspirados.

Não acredito que os Espíritos Inspirados da Trindade estejam brincando de esconde-esconde comigo. Eles estão tentando, muito provavelmente, revelar-se a mim, tanto quanto eu estou tentando comunicar-me com eles; as nossas dificuldades e limitações devem ser mútuas e inerentes. Sinto-me satisfeito de que não haja segredos arbitrários no universo; e, por isso, nunca cessarei os meus esforços para resolver o mistério do isolamento desses Espíritos que pertencem à minha ordem de criação.

E, de tudo isso, vós, mortais, que estais dando os primeiros passos na jornada eterna, podeis concluir que deveis avançar ainda por um longo caminho antes de conseguirdes progredir pela “vista” e pela certeza “material”. Por um longo tempo, ainda, usareis da fé e dependereis da revelação, caso tiverdes a esperança de progredir rápida e seguramente.

6. OS NATIVOS DE HAVONA

Os nativos de Havona são uma criação direta da Trindade do Paraíso, e o seu número é maior do que as vossas mentes circunscritas podem conceber. Tampouco é possível aos urantianos conceber os dons inerentes às criaturas tão divinamente perfeitas, quanto essas raças do universo eterno originárias da Trindade. Não podeis ainda visualizar verdadeiramente essas criaturas gloriosas; antes, deveis esperar a vossa chegada a Havona, quando então podereis saudá-las como espíritos companheiros.

Durante a vossa longa permanência no bilhão de mundos da cultura de Havona, vós ireis desenvolver uma eterna amizade por esses seres magníficos. E quão profunda é a amizade que cresce entre a menor das criaturas pessoais do mundo do espaço e esses elevados seres pessoais, nativos das esferas perfeitas do universo central! Os mortais ascendentes, na sua ligação longa e amorosa com os nativos de Havona, realizam muito para compensar-se pelo empobrecimento espiritual ocorrido nos estágios iniciais da progressão mortal. Ao mesmo tempo, por meio dos seus contatos com os peregrinos ascendentes, os havonianos adquirem uma experiência que compensa, de um modo considerável, as limitações experienciais de terem sempre vivido uma vida de perfeição divina. Os benefícios, tanto para o mortal ascendente quanto para o nativo de Havona, são grandes e mútuos.

Os nativos de Havona, como todas as outras personalidades originárias da Trindade, são concebidos na perfeição divina e podem ter as suas reservas de dons experienciais ampliadas com o passar do tempo, tal como acontece às outras personalidades originárias da Trindade. Contudo, diferentemente dos Filhos Estacionários da Trindade, os havonianos podem evoluir em status, podem ter um futuro não-revelado na eternidade-destino. Isso é ilustrado por aqueles havonianos que, por meio do serviço, factualizam a sua capacidade de fusão com um fragmento (não-Ajustador) do Pai, qualificando-se, assim, para serem membros do Corpo Mortal de Finalidade. E há outros corpos de finalitores abertos para recepcionar esses nativos do universo central.

A evolução, em status, dos nativos de Havona tem ocasionado muita especulação em Uversa. Posto que eles estejam constantemente infiltrando-se nos vários Corpos de Finalidade do Paraíso, e já que eles não mais têm sido criados, é evidente que o número de nativos que permanece em Havona esteja constantemente diminuindo. As conseqüências últimas dessas transações nunca foram reveladas a nós, mas não acreditamos jamais que Havona chegue a ser despojada inteiramente dos seus nativos. Temos alimentado a teoria de que os havonianos cessarão, em algum tempo, possivelmente, de integrar os corpos de finalitores, durante as idades das criações sucessivas nos níveis do espaço exterior.


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Também alimentamos o pensamento de que, nessas idades subseqüentes do universo, o universo central poderá ser povoado por um grupo misto de seres residentes, a cidadania consistindo, apenas em parte, de nativos originais de Havona. Não sabemos qual ordem ou tipo de criatura pode assim estar destinada ao status residencial, na Havona do futuro, mas pensamos:

1. Nos univitatias, que são presentemente os cidadãos permanentes das constelações dos universos locais.

2. Nos tipos futuros de mortais, que podem nascer nas esferas habitadas dos superuniversos, na florescência das idades de luz e vida.

3. Na aristocracia espiritual vindoura, dos espaços exteriores sucessivos.

Sabemos que a Havona da idade anterior do universo era, de certo modo, diferente da Havona da idade presente. Consideramos que seja não mais do que razoável supor que estamos agora presenciando, no universo central, aquelas mudanças lentas que antecipam as idades que virão. Uma coisa é certa: o universo é não estático; apenas Deus é imutável.

7. OS CIDADÃOS DO PARAÍSO

Há numerosos grupos de seres magníficos que residem no Paraíso: os Cidadãos do Paraíso. Eles não estão diretamente ligados ao esquema de perfeccionamento das criaturas volitivas ascendentes e não são, portanto, totalmente revelados aos mortais de Urântia. Há mais de três mil ordens dessas inteligências supernas; o último desses grupos foi personalizado simultaneamente com o mandato da Trindade, que promulgou o plano criador dos sete superuniversos no tempo e no espaço.

Os Cidadãos do Paraíso e os nativos de Havona, algumas vezes, são designados coletivamente como as personalidades do Paraíso-Havona.

Com isso, completa-se a história dos seres que foram trazidos à existência pela Trindade do Paraíso. Nenhum deles jamais se desviou. E, todavia, no sentido mais elevado, todos são dotados de livre-arbítrio.

Os seres originários da Trindade possuem prerrogativas de trânsito, o que os torna independentes das personalidades de transporte, tais como os serafins. Todos possuímos o poder de movimentar-nos livre e rapidamente, no universo dos universos. Excetuando-se os Espíritos Inspirados da Trindade, não podemos atingir a quase inacreditável velocidade dos Mensageiros Solitários, mas somos capazes de utilizar a soma total dos meios de transporte disponíveis no espaço para chegar a qualquer ponto, dentro de um superuniverso, partindo da sua sede central, em menos de um ano do tempo de Urântia. Foram necessários 109 dias do vosso tempo para que eu viajasse de Uversa a Urântia.

Por meio das mesmas vias, somos capazes de intercomunicar-nos instantaneamente. Toda a nossa ordem de criação acha-se em contato com cada um dos indivíduos compreendidos por todas as divisões de filhos da Trindade do Paraíso, salvo apenas os Espíritos Inspirados.

[Apresentado por um Conselheiro Divino de Uversa.]