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O LIVRO DE URANTIA


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DOCUMENTO 20

OS FILHOS DE DEUS, DO PARAÍSO

Os Filhos de Deus, pelo modo como funcionam no superuniverso de Orvonton, são classificados sob três linhas principais:

1. Os Filhos Descendentes de Deus

2. Os Filhos Ascendentes de Deus

3. Os Filhos Trinitarizados de Deus

As ordens descendentes de filiação incluem personalidades que são de criação divina e direta. Os filhos ascendentes, tais como as criaturas mortais, alcançam a situação de ascendentes por uma participação experiencial na técnica criativa conhecida como evolução. Os filhos trinitarizados formam um grupo de origem composta, que inclui todos os seres abraçados pela Trindade do Paraíso, ainda que não se originem diretamente da Trindade.

1. OS FILHOS DESCENDENTES DE DEUS

Todos os Filhos descendentes de Deus têm origem elevada e divina. Eles dedicam-se à ministração descendente de serviço, aos mundos e sistemas do tempo e do espaço. Ali, eles facilitam o progresso, na escalada até o Paraíso, das criaturas mais baixas, de origem evolucionária – os filhos ascendentes de Deus. Sete das inúmeras ordens de Filhos descendentes serão descritas nestas narrativas. Os Filhos que provêm das Deidades, da Ilha Central de Luz e Vida, são chamados de Filhos de Deus do Paraíso, e abrangem as três ordens seguintes:

1. Filhos Criadores – os Michaéis.

2. Filhos Magisteriais – os Avonais.

3. Filhos Instrutores da Trindade – os Diainais.

As quatro ordens remanescentes de filiação descendente são conhecidas como os Filhos de Deus dos Universos Locais:

4. Filhos Melquisedeques.

5. Filhos Vorondadeques.

6. Filhos Lanonandeques.

7. Portadores da Vida.

Os Melquisedeques são uma progênie conjunta do Filho Criador de um universo local, do Espírito Criativo Materno e do Pai Melquisedeque. Tanto os Vorondadeques quanto os Lanonandeques são trazidos à vida por um Filho Criador e pelo seu Espírito Criativo Materno coligado. Os Vorondadeques são mais conhecidos como os Altíssimos, os Pais da Constelação; os Lanonandeques, como Soberanos dos Sistemas e como Príncipes Planetários. A ordem tríplice dos Portadores da Vida é trazida à existência pela associação do Filho Criador e do Espírito Criativo Materno,


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junto com um dos três Anciães dos Dias da jurisdição do superuniverso. Mas as naturezas e atividades desses Filhos de Deus dos Universos locais são descritas com mais propriedade nos documentos que estão ligados aos assuntos das criações dos universos locais.

Os Filhos de Deus do Paraíso têm três origens: os primários, ou os Filhos Criadores, que são trazidos à existência pelo Pai Universal e pelo Filho Eterno; os secundários, ou Filhos Magisteriais, que são filhos do Filho Eterno e do Espírito Infinito; os Filhos Instrutores da Trindade, que são uma progênie do Pai, do Filho e do Espírito. Do ponto de vista do serviço, da adoração e da suplicação, os Filhos do Paraíso são como um; o seu espírito é um e o seu trabalho é idêntico em qualidade e em integralidade.

Do mesmo modo que as ordens dos Dias demonstraram ser de administradores divinos, as ordens de Filhos do Paraíso revelaram-se como ministros divinos – criadores, servidores, outorgadores, juízes, instrutores e reveladores da verdade. Eles percorrem o universo dos universos, desde as margens da Ilha Eterna até os mundos habitados do tempo e do espaço, realizando, no universo central e nos superuniversos, serviços múltiplos não desvelados nestas narrativas. Eles organizam-se de um modo variado, dependendo da natureza e das cercanias dos seus serviços; mas, em um universo local, tanto os Filhos Magisteriais quanto os Filhos Instrutores servem sob a direção do Filho Criador, que preside àquele domínio.

Os Filhos Criadores parecem possuir um dom espiritual centrado nas suas pessoas, que é por eles controlado e que eles podem outorgar; como o fez o vosso próprio Filho Criador quando efundiu o seu espírito por sobre toda carne mortal em Urântia. Cada Filho Criador é dotado com esse poder de atração espiritual, no seu próprio reino; ele é pessoalmente consciente de cada ato e cada emoção de todos os Filhos descendentes de Deus que servem no seu domínio. Nisso está um reflexo divino, uma duplicação, em um universo local, daquele poder absoluto de atração espiritual do Filho Eterno, que o capacita a alcançar os seus Filhos do Paraíso para fazer e manter contato com eles, não importando onde possam eles estar, em todos os universos dos universos.

Os Filhos Criadores do Paraíso servem, não apenas como Filhos, na sua ministração descendente de serviço e de auto-outorga, mas, depois que houverem completado as suas carreiras de auto-outorga, cada um funciona como um Pai do universo, no âmbito da sua própria criação; enquanto os outros Filhos de Deus continuam os serviços de auto-outorga e elevação espiritual, destinados a conquistar para os planetas, um a um, o reconhecimento voluntário da lei do amor do Pai Universal, culminando na consagração da criatura à vontade do Pai do Paraíso e na lealdade planetária à soberania do seu Filho Criador sobre aquele universo.

Em um Filho Criador sétuplo, o Criador e a criatura estão, para sempre, fundidos em uma associação plena de entendimento, misericórdia e compaixão. Toda a ordem dos Michaéis, os Filhos Criadores, é tão única que as considerações sobre as suas naturezas e atividades ficarão reservadas ao próximo documento desta série. Na narrativa presente, ocupar-nos-emos principalmente das duas ordens remanescentes de filiação do Paraíso: os Filhos Magisteriais e os Filhos Instrutores da Trindade.

2. OS FILHOS MAGISTERIAIS

Toda vez que um conceito original e absoluto sobre o ser, formulado pelo Filho Eterno, une-se a um ideal novo e divino de serviço-amor, concebido pelo Espírito Infinito, é produzido um Filho de Deus novo e original, um Filho Instrutor do Paraíso. Esses Filhos constituem a ordem dos Avonais, que se distingue bem da ordem dos Michaéis, os Filhos Criadores. Embora não sejam criadores, no sentido pessoal,


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eles estão estreitamente ligados aos Michaéis, em todo o seu trabalho. Os Avonais são ministros e juízes planetários, magistrados dos reinos do espaço-tempo – de todas as raças, para todos os mundos e em todos os universos.

Temos razões para acreditar que o número total de Filhos Magisteriais, no grande universo, seja de cerca de um bilhão. Eles são uma ordem que se autogoverna, sendo dirigida pelo seu conselho supremo no Paraíso, que é constituído de Avonais experientes, escolhidos dentre os serviços de todos os universos. Todavia, quando designados para um universo local e ali funcionando, eles servem sob a direção do Filho Criador daquele domínio.

Os Avonais são os Filhos do Paraíso para o serviço e para a auto-outorga, em particular, nos planetas dos universos locais. E, posto que cada Filho Avonal tenha uma personalidade exclusiva e como não há dois iguais, o seu trabalho é individualmente único, nos reinos da sua permanência, onde eles se encarnam, com freqüência, à semelhança da carne mortal e algumas vezes nascem de mães terrestres nos mundos evolucionários.

Por acréscimo aos seus serviços, em níveis administrativos mais elevados, os Avonais têm funções tríplices nos mundos habitados:

1. As Ações Judiciais. Eles atuam nos encerramentos das dispensações planetárias. No tempo, tais missões podem ser executadas – às dezenas ou às centenas – em cada mundo individual; e podem ir, os Avonais, para o mesmo ou para outros mundos, por inúmeras vezes, como terminadores de dispensação e liberadores de sobreviventes adormecidos.

2. As Missões Magisteriais. Uma visitação planetária desse tipo ocorre, usualmente, antes da chegada de um Filho auto-outorgado. Em tal missão, um Avonal surge como um adulto do reino, por uma técnica de encarnação que não envolve o nascimento mortal. Posteriormente a essa primeira visita magisterial usual, os Avonais podem repetidamente servir com a função magisterial, no mesmo planeta, tanto antes quanto depois do surgimento do Filho auto-outorgado. Nessas missões magisteriais adicionais, um Avonal pode ou não surgir, em uma forma material e visível, mas em nenhuma delas virá ao mundo como um recém-nascido desamparado.

3. As Missões de Auto-outorga. Todos os Filhos Avonais, pelo menos por uma vez, outorgam a si próprios, em alguma raça mortal, em algum mundo evolucionário. As visitas judiciais são inúmeras, as missões magisteriais podem ser plurais, mas em cada planeta não surge senão um Filho auto-outorgado. Os Avonais auto-outorgados nascem de mulher, como Michael de Nebadon encarnou-se em Urântia.

Não há limite para o número de vezes que os Filhos Avonais podem servir em missões magisteriais e de auto-outorga, mas usualmente, quando a experiência houver acontecido por sete vezes, há uma suspensão em favor daqueles que houverem tido menos desse serviço. Esses Filhos, de experiência auto-outorgante múltipla, são designados, então, para o alto conselho pessoal de um Filho Criador, tornando-se assim participantes da administração dos assuntos do universo.

Em todos os seus trabalhos para os mundos, e nos mundos habitados, os Filhos Magisteriais são assistidos por duas ordens de criaturas do universo local: os Melquisedeques e os arcanjos. E, quando estão em missões de auto-outorga, eles são acompanhados também pelos Brilhantes Estrelas Vespertinos, que são também originários do universo local. Em todo o seu esforço planetário, os Filhos secundários do Paraíso, os Avonais, têm o apoio do poder pleno e da autoridade de um Filho primário do Paraíso, o Filho Criador do universo local do serviço deles. Para todos os intentos e propósitos, o trabalho deles, nas esferas habitadas, é tão eficiente e aceitável como teria sido o serviço de um Filho Criador, em tais mundos de residência dos mortais.


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3. AS AÇÕES JUDICIAIS

Os Avonais são conhecidos como Filhos Magisteriais porque são os altos magistrados dos reinos, os julgadores das sucessivas dispensações dos mundos do tempo. Eles presidem ao despertar dos sobreviventes adormecidos, encarregam-se dos julgamentos dos reinos, põem fim a uma dispensação de adiamento de sentenças, executam os mandatos de uma idade de misericórdia probatória, redesignam as criaturas espaciais da ministração planetária, para as tarefas da nova dispensação, e retornam à sede central do seu universo local, após completarem a sua missão.

Quando julgam os destinos de uma idade, os Avonais decretam o que acontecerá às raças evolucionárias, mas, ainda que possam efetuar julgamentos, de extinção da identidade de criaturas pessoais, eles não executam tais sentenças. Os veredictos dessa natureza são executados apenas pelas autoridades de um superuniverso.

A chegada de um Avonal do Paraíso, em um mundo evolucionário, com o propósito de terminar uma dispensação e inaugurar uma nova era de progresso planetário, não é necessariamente uma missão magisterial nem uma missão de auto-outorga. As missões magisteriais, algumas vezes, e as missões de auto-outorga, sempre, são encarnações; isto é, em tais compromissos, os Avonais servem em um planeta sob a forma material – literalmente. As suas outras visitas são “técnicas” e, nessa função, um Avonal não é encarnado para o serviço planetário. Se um Filho Magisterial vem puramente como um julgador dispensacional, ele chega a um planeta como um ser espiritual, invisível para as criaturas materiais do reino. Tais visitas técnicas ocorrem repetidamente, na longa história de um mundo habitado.

Os Filhos Avonais podem atuar como juízes planetários, antes de ambas as experiências, tanto da magisterial quanto da de auto-outorga. Em qualquer dessas missões, contudo, o Filho encarnado julgará a idade planetária que finda; do mesmo modo o faz um Filho Criador, quando encarnado em uma missão de auto-outorga, à semelhança da carne mortal. Quando um Filho do Paraíso visita um mundo evolucionário e torna-se como que um dos seus habitantes, a sua presença dá por terminada uma dispensação e constitui um julgamento daquele reino.

4. AS MISSÕES MAGISTERIAIS

Antes do surgimento planetário de um Filho em auto-outorga, um mundo habitado é usualmente visitado por um Avonal do Paraíso, em uma missão magisterial. Se essa for uma visitação magisterial inicial, o Avonal é sempre encarnado como um ser material. Ele surge, no planeta em que se auto-outorgará, como um varão maduro das raças mortais, um ser plenamente visível e em contato com as criaturas mortais daqueles dias e geração. Durante uma encarnação magisterial, a conexão do Filho Avonal com as forças espirituais locais e universais é completa e ininterrupta.

Um planeta pode experimentar muitas visitações magisteriais, tanto antes quanto depois do aparecimento de um Filho auto-outorgado. Pode ser visitado muitas vezes por um mesmo ou por outros Avonais, atuando como julgadores dispensacionais; mas tais missões técnicas de julgamento não são nem de outorga de si próprios, nem magisteriais; e os Avonais nunca são encarnados em tais ocasiões. Mesmo quando um planeta é abençoado por repetidas missões magisteriais, os Avonais nem sempre se submetem a encarnações mortais e, quando eles servem na semelhança da carne mortal, eles sempre surgem como seres adultos do reino; eles não nascem de mulher.


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Quando encarnados, seja em missões de auto-outorga, seja nas magisteriais, os Filhos do Paraíso têm experimentado a residência dos Ajustadores, e esses Ajustadores são diferentes em cada encarnação. Os Ajustadores que ocupam as mentes dos Filhos de Deus encarnados não podem nunca esperar adquirir personalidade por meio da fusão com os seres humanos-divinos resididos por eles, mas são, sim, freqüentemente personalizados por um ato do Pai Universal. Tais Ajustadores formam o conselho supremo diretor de Divinington, para administração, identificação e despacho dos Monitores Misteriosos até os reinos habitados. Eles também recebem e credenciam os Ajustadores, nos seus retornos ao “seio do Pai”, quando da dissolução mortal dos seus tabernáculos terrenos. Desse modo, pois, os fiéis Ajustadores dos julgadores dos mundos tornam-se os chefes enaltecidos da sua espécie.

Urântia nunca recebeu um Filho Avonal, em uma missão magisterial. Tivesse Urântia seguido o plano geral para os mundos habitados, e teria sido abençoada com uma missão magisterial, em alguma época, entre os dias de Adão e a auto-outorga de Cristo Michael. Mas a seqüência regular de Filhos do Paraíso, no vosso planeta, foi totalmente desfeita pelo aparecimento do vosso Filho Criador, na sua auto-outorga terminal, há cerca de dezenove séculos.

Urântia pode ainda ser visitada por um Avonal, incumbido de encarnar em uma missão magisterial, mas, no que concerne ao futuro aparecimento de Filhos do Paraíso, nem mesmo “os anjos nos céus sabem o tempo ou o modo de tais visitações”, porque um mundo no qual Michael se auto-outorgou tornou-se o domínio individual e pessoal desse Filho Mestre e, como tal, fica totalmente sujeito aos próprios planos e regulamentações dele. E, no vosso mundo, tudo isso se complica ainda mais, em vista da promessa de Michael de retornar. Independentemente das interpretações errôneas sobre os acontecimentos durante a estada de Michael de Nebadon em Urântia, uma coisa certamente é autêntica: a promessa que ele fez de voltar ao vosso mundo. Em vista dessa perspectiva, apenas o tempo poderá revelar a futura ordem das visitações, em Urântia, dos Filhos de Deus do Paraíso.

5. A AUTO-OUTORGA DOS FILHOS DE DEUS DO PARAÍSO

O Filho Eterno é a eterna Palavra de Deus. O Filho Eterno é a expressão perfeita do “primeiro” pensamento absoluto e infinito do seu Pai eterno. Quando uma duplicação pessoal, ou uma extensão divina desse Filho Original, parte em uma missão de outorga de si próprio, em uma encarnação mortal, torna-se literalmente verdade que o divino “Verbo se fez carne” e que o Verbo, assim, reside entre os seres mais baixos de origem animal.

Em Urântia, está disseminada a crença de que o propósito da auto-outorga de um Filho acontece, de uma certa forma, para influenciar a atitude do Pai Universal. Mas o vosso discernimento deveria indicar-vos que isso não é verdadeiro. As auto-outorgas dos Filhos Avonais e Michaéis são uma parte necessária do processo experiencial destinado a fazer, desses Filhos, os magistrados e governantes seguros e compassivos para com os povos e os planetas do tempo e do espaço. A carreira de auto-outorgas sétuplas é a meta suprema de todos os Filhos Criadores do Paraíso. E todos os Filhos Magisteriais motivam-se por esse mesmo espírito de serviço, que tão abundantemente caracteriza os Filhos Criadores primários e o Filho Eterno do Paraíso.

Alguma ordem de Filhos do Paraíso deve ser auto-outorgada, em cada mundo mortal habitado, com a finalidade de tornar possível aos Ajustadores do Pensamento residirem nas mentes de todos os seres humanos normais naquela esfera; pois os Ajustadores não vêm para todos os seres humanos de boa-fé antes que o Espírito da Verdade tenha sido efundido em toda a carne; e o envio do Espírito da Verdade depende do retorno, à


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sede central do universo, do Filho do Paraíso, que haja cumprido, com êxito, uma missão de auto-outorga mortal em um mundo em evolução.

Durante o curso da longa história de um planeta habitado, muitos julgamentos dispensacionais serão realizados e mais do que uma missão magisterial pode ocorrer, mas geralmente, apenas por uma vez, um Filho auto-outorgador servirá em uma mesma esfera. A cada mundo individual habitado, é necessário, apenas por uma vez, que um Filho auto-outorgado haja vivido totalmente ali uma vida mortal, do nascimento à morte. Mais cedo ou mais tarde, a despeito do seu status espiritual, cada mundo habitado por mortais está destinado a hospedar um Filho Magisterial, em uma missão de auto-outorga, excetuando-se um único planeta, em cada universo local, no qual o Filho Criador haja escolhido efetuar a sua auto-outorga mortal.

Entendendo mais sobre os Filhos auto-outorgadores, vós sabereis por que tanto interesse recai sobre Urântia, na história de Nebadon. O vosso pequeno e insignificante planeta é de interesse para o universo local, simplesmente porque é o lar mortal de Jesus de Nazaré. Ele foi o cenário da auto-outorga final, e triunfante, do vosso Filho Criador; foi a arena na qual Michael ganhou a soberania pessoal suprema do universo de Nebadon.

Na sede central do seu universo local, um Filho Criador, especialmente depois de completar a sua própria auto-outorga mortal, passa grande parte do seu tempo aconselhando e instruindo o colégio dos Filhos associados, os Filhos Magisteriais e outros. Em amor e devoção, com terna misericórdia e consideração afetuosa, esses Filhos Magisteriais auto-outorgam-se, doando a si próprios aos mundos do espaço. E de nenhum modo esses serviços planetários são inferiores às autodoações mortais dos Michaéis. É verdade que o vosso Filho Criador selecionou, como reino da sua aventura final de experiência como criatura, um planeta que tivesse tido infelicidades incomuns. Mas nenhum planeta poderia estar em uma condição tal que requisitasse a auto-outorga de um Filho Criador, para efetivar a sua reabilitação espiritual. Qualquer Filho, do grupo auto-outorgador, teria sido igualmente suficiente, pois em todo o seu trabalho, nos mundos de um universo local, os Filhos Magisteriais são tão divinamente eficientes e todo-sábios quanto o foi o seu irmão do Paraíso, o Filho Criador.

Embora uma possibilidade de desastre paire sempre sobre esses Filhos do Paraíso, durante as suas encarnações de auto-outorga, eu estou ainda para ver o registro de um fracasso ou não-cumprimento, seja de um Filho Magisterial, seja de um Filho Criador, em uma missão de auto-outorga. Ambos têm uma origem próxima demais da perfeição absoluta para chegarem a falhar. Eles de fato assumem riscos, realmente tornam-se como as criaturas mortais de carne e sangue e, por isso, conquistam a experiência única da criatura; mas, dentro do âmbito da minha observação, eles sempre têm êxito. Nunca fracassam na realização da meta da sua missão de auto-outorga. A história das suas auto-outorgas e dos serviços planetários, em todo o Nebadon, constitui o capítulo mais nobre e fascinante da história do vosso universo local.

6. CARREIRAS DE AUTO-OUTORGA MORTAL

O método pelo qual um Filho do Paraíso torna-se pronto para a encarnação mortal, como um Filho auto-outorgado, chegando até a nascer de uma mãe, no planeta da sua outorga, é um mistério universal; e qualquer esforço para desvendar o trabalho dessa técnica de Sonarington, seguramente está destinado a fracassar. Deixai que o conhecimento sublime da vida mortal de Jesus de Nazaré mergulhe nas vossas almas, mas não desperdiceis pensamentos em cogitações inúteis, sobre como se efetuou essa misteriosa encarnação de Michael de Nebadon. Que nos regozijemos pelo conhecimento e certeza de que tais realizações sejam


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possíveis à natureza divina, mas não desperdicemos tempo em conjecturas fúteis sobre a técnica empregada pela sabedoria divina ao efetuar tal fenômeno.

Numa missão de auto-outorga mortal, um Filho do Paraíso sempre nasce de mulher e cresce como uma criança masculina do reino, como o fez Jesus, em Urântia. Esses filhos do serviço supremo passam pela infância e pela juventude, até a maturidade, exatamente como o faz um ser humano. Sob todos os aspectos, eles tornam-se como os mortais, da raça na qual nasceram. Fazem pedidos ao Pai, como o fazem os filhos do reino em que servem. Do ponto de vista material, esses Filhos humano-divinos vivem vidas comuns, com uma única exceção: eles não geram nenhuma progênie nos mundos da sua permanência; essa é uma restrição universal, imposta a todas as ordens de Filhos do Paraíso que fazem essa autodoação de outorga.

Assim como Jesus trabalhou no vosso mundo, como um filho de carpinteiro, também os outros Filhos do Paraíso trabalham em vários afazeres, nos seus planetas de outorga. Vós, dificilmente, conseguiríeis localizar alguma vocação que não tenha sido seguida por algum Filho do Paraíso, no curso da sua auto-outorga, em algum dos planetas evolucionários do tempo.

Quando um Filho auto-outorgado tem, sob a sua mestria, a experiência da vida, como um mortal; quando ele houver alcançado a perfeição de sintonia com o seu Ajustador residente, então, ele começa aquela parte da sua missão planetária destinada a iluminar as mentes e inspirar as almas dos seus irmãos na carne. Como mestres esses Filhos se devotam exclusivamente à iluminação espiritual das raças mortais, nos mundos da sua permanência.

As carreiras de auto-outorga mortal dos Michaéis e Avonais, ainda que equiparáveis, não são idênticas em todos os aspectos: um Filho Magisterial nunca proclama “Quem tiver visto o Filho, terá visto o Pai”, como o fez o vosso Filho Criador, quando em Urântia vivendo na carne. Um Avonal auto-outorgado, entretanto, declara: “Quem tiver visto a mim, terá visto o Filho Eterno de Deus”. Os Filhos Magisteriais não são de descendência imediata do Pai Universal, nem encarnam para sujeitar-se à vontade do Pai; eles sempre se auto-outorgam, como Filhos do Paraíso, sujeitando-se à vontade do Filho Eterno do Paraíso.

Quando os Filhos auto-outorgados, Criadores ou Magisteriais, passam pelos portais da morte, eles ressurgem, ao terceiro dia. Mas vós não deveríeis nutrir a idéia de que eles sempre têm o trágico fim que teve o vosso Filho Criador, que visitou o vosso mundo, há cerca de dezenove séculos. A experiência extraordinária e estranhamente cruel, pela qual Jesus de Nazaré passou, levou Urântia a ser conhecida no universo local como o “mundo da cruz”. Não se faz necessário que um tratamento tão desumano seja dispensado a um Filho de Deus; e a grande maioria de planetas tem dispensado a eles uma recepção de muito maior consideração, permitindo a eles terminar as suas carreiras mortais, encerrar a época, julgar os sobreviventes adormecidos e inaugurar uma nova dispensação, sem impor-lhes nenhuma morte violenta. Um Filho auto-outogado deve encontrar a morte, deve passar por toda a experiência real dos mortais dos reinos, mas, que essa morte seja violenta ou incomum, não é um quesito do plano divino.

Quando não são levados à morte pela violência, os Filhos auto-outorgados abandonam voluntariamente as suas vidas e passam pelos portais da morte, não para satisfazer às exigências da “severa justiça” ou da “ira divina”, mas antes para completar a outorga, “para beber do cálice” da carreira da encarnação e da experiência pessoal, de tudo o que constitui a vida de uma criatura, do modo como é vivida nos planetas de existência mortal. A outorga, a doação de si próprio, é uma necessidade planetária e do universo; e a morte física nada mais é do que uma parte necessária, em uma missão de auto-outorga.


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Quando a encarnação mortal termina, o Avonal em serviço encaminha-se ao Paraíso, é aceito pelo Pai Universal, retorna ao universo local da sua missão, e é reconhecido pelo Filho Criador. A partir daí, o Avonal auto-outorgado e o Filho Criador enviam o seu Espírito da Verdade, conjunto, para funcionar nos corações das raças mortais que habitam o mundo da outorga. Nas idades de pré-soberania, de um universo local, esse espírito conjunto de ambos os Filhos é implementado pelo Espírito Criativo Materno. E ele difere ligeiramente do Espírito da Verdade, o qual caracteriza as idades dos universos locais que vêm depois da sétima auto-outorga de um Filho Michael.

Quando se completa a auto-outorga final de um Filho Criador, o Espírito da Verdade, previamente enviado a todos os mundos de outorgas Avonais daquele universo local, transforma-se na sua natureza, tornando-se mais literalmente o espírito do Michael soberano. Esse fenômeno ocorre simultaneamente com a liberação do Espírito da Verdade, para serviço no planeta em que ocorreu a auto-outorga mortal do Filho Michael. Daí em diante, cada mundo honrado com uma auto-outorga Magisterial receberá o mesmo espírito Confortador do Filho Criador sétuplo, em coligação com o do Filho Magisterial, o mesmo que o mundo teria recebido, caso o Soberano daquele universo local houvesse encarnado pessoalmente como o seu Filho auto-outorgado.

7. OS FILHOS INSTRUTORES DA TRINDADE

Esses Filhos do Paraíso, altamente pessoais e altamente espirituais, são trazidos à existência pela Trindade do Paraíso. São conhecidos em Havona como a ordem dos Diainais. Em Orvonton, eles estão registrados como Filhos Instrutores da Trindade, assim denominados por causa da sua ascendência. Em Salvington, algumas vezes, são denominados Filhos Espirituais do Paraíso.

O número dos Filhos Instrutores está constantemente crescendo. A última transmissão do censo universal forneceu um número um pouco maior que vinte e um bilhões desses Filhos atuando no universo central e nos superuniversos; e isso exclui as reservas do Paraíso, as quais são de mais de um terço de todos os Filhos Instrutores da Trindade em existência.

A ordem Diainal de filiação não é uma parte orgânica das administrações dos universos locais ou dos superuniversos. Os seus membros não são nem criadores ou resgatadores, juízes ou governantes. Estão menos ocupados com a administração do universo do que com o esclarecimento moral e o desenvolvimento espiritual. Eles são os educadores universais, permanecendo dedicados ao despertar espiritual e à orientação moral de todos os reinos. A sua ministração está intimamente inter-relacionada com a das personalidades do Espírito Infinito e encontra-se intimamente associada à ascensão dos seres-criaturas, até o Paraíso.

Esses Filhos da Trindade compartilham das naturezas combinadas das três Deidades do Paraíso, mas, em Havona, eles parecem refletir mais a natureza do Pai Universal. Nos superuniversos eles parecem retratar a natureza do Filho Eterno, enquanto, nas criações locais, eles parecem demonstrar o caráter do Espírito Infinito. Em todos os universos, eles são a incorporação do serviço e a prudência da sabedoria.

Diferentemente dos Michaéis e dos Avonais, seus irmãos do Paraíso, os Filhos Instrutores da Trindade não recebem nenhum aperfeiçoamento preliminar no universo central. Eles são despachados diretamente para as sedes centrais dos superuniversos e, dali, são designados para servir em algum universo local. Na sua ministração, nesses reinos evolucionários, eles utilizam a influência espiritual combinada de um Filho Criador e dos Filhos Magisteriais associados a ele, pois os Diainais não possuem um poder de atração espiritual em si e por si próprios.


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8. A MINISTRAÇÃO DOS DIAINAIS NO UNIVERSO LOCAL

Os Filhos Espirituais do Paraíso são seres singulares, originários da Trindade; e são as únicas criaturas da Trindade a ligar-se tão totalmente à condução dos universos de origem dual. Eles devotam-se afetuosamente ao ministério educacional, às criaturas mortais e às ordens mais baixas de seres espirituais. Começam os seus trabalhos nos sistemas locais e, de acordo com as suas experiências e realizações, avançam para dentro, por meio do serviço, nas constelações, até os mais elevados trabalhos da criação local. Após terem sido certificados, eles podem transformar-se em embaixadores espirituais, representando o universo local do seu serviço.

Não sei qual é o número exato de Filhos Instrutores em Nebadon; há muitos milhares deles. Muitos dos dirigentes de departamentos, nas escolas dos Melquisedeques, pertencem à sua ordem, enquanto o conjunto do pessoal da Universidade de Salvington, regularmente constituída, abrange mais de cem mil seres, inclusive desses Filhos. Um grande número deles encontra-se estacionado nos vários mundos de aprendizado moroncial; entretanto, eles não estão ocupados apenas com o avanço espiritual e intelectual das criaturas mortais, eles estão igualmente ocupados com a instrução dos seres seráficos e outros nativos das criações locais. Muitos dos seus assistentes são provenientes das fileiras de seres trinitarizados-por-criaturas.

Os Filhos Instrutores compõem as faculdades que administram todos os exames e conduzem todos os testes para a qualificação e certificação, em todas as fases subordinadas de serviço no universo; desde os deveres das sentinelas em postos avançados, até os de estudantes das estrelas. Eles conduzem um tipo de curso de educação que dura toda uma era, variando desde os cursos planetários até as altas Faculdades do Saber localizadas em Salvington. O reconhecimento indicativo do esforço e da realização é concedido a todos, sejam mortais ascendentes ou querubins arrojados, que completam essas aventuras no saber e na verdade.

Em todos os universos, todos os Filhos de Deus admiram esses Filhos Instrutores da Trindade, sempre fiéis e universalmente eficientes. Eles são os professores excelsos de todas as personalidades espirituais, sendo até mesmo os instrutores experimentados, aprovados e verdadeiros, dos próprios Filhos de Deus. Todavia, sobre os detalhes sem fim dos deveres e funções dos Filhos Instrutores, pouco posso dizer-vos. Os vastos domínios das atividades da filiação dos Diainais serão mais bem compreendidos, em Urântia, tão logo estiverdes mais avançados em inteligência, e depois que o isolamento espiritual do vosso planeta houver terminado.

9. O SERVIÇO PLANETÁRIO DOS DIAINAIS

Quando o progresso dos acontecimentos, em um mundo evolucionário, indica que o tempo está maduro para iniciar uma idade espiritual, os Filhos Instrutores da Trindade são sempre voluntários para esse serviço. Vós não estais familiarizados com essa ordem de filiação, porque Urântia nunca experienciou uma idade espiritual, um milênio de esclarecimento cósmico. Contudo, os Filhos Instrutores, ainda agora, visitam o vosso mundo com o propósito de formular planos visando as temporadas que eles projetam passar na vossa esfera. Eles aparecerão devidamente, em Urântia, após os seus habitantes haverem conquistado uma relativa libertação das correntes da animalidade e das cadeias do materialismo.

Os Filhos Instrutores da Trindade não têm nada a ver com a terminação das dispensações planetárias. Eles não julgam os mortos, nem transladam os vivos; entretanto, em cada missão planetária, eles são acompanhados por um Filho Magisterial que executa esses serviços. Os Filhos Instrutores ocupam-se integralmente com a iniciação de uma idade espiritual, com a aurora de uma era de realidades espirituais, em um planeta evolucionário.


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Eles tornam reais as contrapartes espirituais do conhecimento material e da sabedoria temporal.

Os Filhos Instrutores, em geral, permanecem nos seus planetas de visitação, por mil anos do tempo planetário. Um Filho Instrutor preside ao reino do planeta de uma forma milenar e é assistido por setenta associados da sua ordem. Os Diainais não se encarnam nem se materializam, de qualquer outro modo, para se fazerem visíveis aos seres mortais; e, por isso, o contato com o mundo da sua visitação é mantido por meio das atividades dos Brilhantes Estrelas Vespertinos, personalidades do universo local que se associam aos Filhos Instrutores da Trindade.

Os Diainais podem retornar, muitas vezes, a um mundo habitado e, após a sua missão final, o planeta entrará no status de esfera estabelecida em luz e vida, meta evolucionária visada por todos os mundos habitados pelos mortais da presente idade do universo. Os Corpos Mortais de Finalidade muito têm a ver com as esferas estabelecidas em luz e vida; e as suas atividades planetárias têm relações com as dos Filhos Instrutores. De fato, toda ordem de filiação dos Diainais está intimamente ligada a todas as fases das atividades dos finalitores, nas criações evolucionárias do tempo e do espaço.

Os Filhos Instrutores da Trindade parecem identificar-se tão completamente com o regime de progressão mortal, desde as primeiras etapas da ascensão evolucionária, que, muitas vezes, somos levados a refletir a respeito da sua possível associação com os finalitores, na carreira, ainda não revelada, dos universos futuros. Observamos que os administradores dos superuniversos são, uma parte, personalidades originárias da Trindade e, outra parte, criaturas ascendentes evolucionárias abraçadas pela Trindade. Nós acreditamos, firmemente, que os Filhos Instrutores e os finalitores estejam empenhados, presentemente, em adquirir a experiência da associação temporal entre eles, a qual pode ser uma educação preliminar a prepará-los para uma associação estreita em algum destino ainda não revelado, no futuro. É da nossa crença que, em Uversa, quando os superuniversos estiverem finalmente estabelecidos em luz e vida, esses Filhos Instrutores da Trindade, os quais se têm tornado tão profundamente familiarizados com os problemas dos mundos evolucionários e têm-se associado, por tanto tempo, à carreira dos mortais evolucionários, sejam, provavelmente, transferidos, em ligação eterna, para o Corpo de Finalidade do Paraíso.

10. A MINISTRAÇÃO UNIFICADA DOS FILHOS DO PARAÍSO

Todos os Filhos de Deus do Paraíso são divinos por origem e natureza. O trabalho de todo Filho do Paraíso, para o bem de um determinado mundo, é como se esse Filho a serviço fosse o primeiro e único Filho de Deus.

Os Filhos do Paraíso são a apresentação divina das naturezas atuantes das três pessoas da Deidade aos domínios do tempo e do espaço. Os Filhos Criadores Magisteriais e Instrutores são as dádivas das Deidades eternas, para os filhos dos homens e para todas as outras criaturas do universo, as quais têm potencial de ascensão. Esses Filhos de Deus são os ministros divinos devotados, incessantemente, ao trabalho de ajudar as criaturas do tempo a atingir a elevada meta espiritual da eternidade.

Nos Filhos Criadores, o amor do Pai Universal está aliado à misericórdia do Filho Eterno e é revelado, aos universos locais, por meio do poder criativo do ministério de amor e pela soberania compreensiva dos Michaéis. Nos Filhos Magisteriais, a misericórdia do Filho Eterno, unida ao ministério do Espírito Infinito, é revelada aos domínios evolucionários, nas carreiras de julgamento, serviço e auto-outorga desses Avonais. Nos Filhos Instrutores da Trindade, o


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amor, a misericórdia e o ministério das três Deidades do Paraíso estão coordenados nos níveis de valores mais elevados do espaço-tempo e são apresentados, aos universos, como verdade viva, divina bondade e verdadeira beleza espiritual.

Nos universos locais, essas ordens de filiação colaboram para efetivar a revelação das Deidades do Paraíso às criaturas do espaço. Como Pai de um universo local, um Filho Criador retrata o caráter infinito do Pai Universal. Como Filhos auto-outorgados da misericórdia, os Avonais revelam a natureza incomparável, de infinita compaixão, do Filho Eterno. Como mestres verdadeiros das personalidades ascendentes, os Filhos Diainais da Trindade revelam a personalidade de Mestre do Espírito Infinito. Na sua colaboração divinamente perfeita, Michaéis, Avonais e Diainais estão contribuindo para a realização e revelação da personalidade e para a soberania de Deus, o Supremo, nos e para os universos do tempo-espaço. Na harmonia das suas atividades trinas, esses Filhos de Deus do Paraíso sempre funcionam na vanguarda das personalidades da Deidade, ao prosseguirem na expansão, sem fim, da divindade da Primeira Grande Fonte e Centro, desde a eterna Ilha do Paraíso até as profundezas desconhecidas do espaço.

[Apresentado por um Perfeccionador da Sabedoria de Uversa.]