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A vida não se origina espontaneamente. A vida é construída de acordo com os planos formulados pelos Arquitetos do Ser (não revelados) e surge nos planetas habitados, seja por importação direta, seja como resultado das operações dos Portadores da Vida dos universos locais. Esses seres que portam a vida estão entre as mais interessantes e versáteis das diversas famílias de Filhos do universo. Eles são encarregados de elaborar a vida das criaturas e de levá-la às esferas planetárias. E depois de implantar a vida nesses novos mundos, permanecem neles, por períodos longos, para fomentar o seu desenvolvimento.
Embora os Portadores da Vida pertençam à família de filiação divina, eles são um tipo peculiar e diferente de Filhos do universo, sendo o único grupo de vida inteligente, em um universo local, na criação dos quais participam os governantes do superuniverso. Os Portadores da Vida são a progênie de três personalidades preexistentes: o Filho Criador, o Espírito Materno do Universo e, por designação, um dos três Anciães dos Dias que presidem aos destinos do superuniverso envolvido. Esses Anciães dos Dias, os únicos que podem decretar a extinção da vida inteligente, participam da criação dos Portadores da Vida, aos quais é confiado o estabelecimento da vida física nos mundos em evolução.
No universo de Nebadon, há o registro da criação de uma centena de milhões de Portadores da Vida. Esse eficiente corpo de disseminadores da vida não é um grupo que se autogoverna verdadeiramente. Eles são dirigidos pelo trio determinador da vida, que consiste em Gabriel, o Pai Melquisedeque e Nâmbia, o Portador da Vida original e primogênito de Nebadon. Em todas as fases da sua administração divisional, contudo, eles são autogovernados.
Os Portadores da Vida são classificados em três grandes divisões. A primeira divisão é a dos Portadores da Vida mais experientes, a segunda, a dos assistentes, e a terceira, a dos custódios. A primeira divisão é subdividida em doze grupos de especialistas nas várias formas de manifestação da vida. Essa separação em três divisões foi efetivada pelos Melquisedeques, que conduziram os testes, com esses propósitos, nas esferas-sede dos Portadores da Vida. Os Melquisedeques, desde então, têm estado intimamente associados aos Portadores da Vida e sempre os acompanham quando eles saem para estabelecer a vida em um planeta novo.
Quando um planeta evolucionário é finalmente estabelecido em luz e vida, os Portadores da Vida são organizados em corpos deliberativos mais elevados, com a função de aconselhamento, para ajudar na futura administração e desenvolvimento do mundo e dos seus seres glorificados. Nas idades posteriores e estabelecidas de um universo em evolução, a esses Portadores da Vida são confiados muitos deveres novos.
Os Melquisedeques mantêm a supervisão geral do quarto grupo das sete esferas primárias do circuito de Salvington. Esses mundos dos Portadores da Vida são designados do modo seguinte:
1. A sede-central dos Portadores da Vida.
2. A esfera do planejamento da vida.
3. A esfera da conservação da vida.
4. A esfera da evolução da vida.
5. A esfera da vida ligada à mente.
6. A esfera da mente e do espírito nos seres vivos.
7. A esfera da vida não revelada.
Cada uma dessas esferas primárias é cercada por seis satélites, nos quais estão centradas as fases especiais de todas as atividades dos Portadores da Vida no universo.
O Mundo Número Um é a esfera-sede que, junto com os seus seis satélites tributários, é devotada ao estudo da vida universal, a vida em todas as suas fases conhecidas de manifestação. Ali está localizado o colégio do planejamento da vida, onde funcionam os mestres e conselheiros de Uversa e de Havona, e mesmo os do Paraíso. E é-me permitido revelar que os sete posicionamentos centrais dos espíritos ajudantes da mente situam-se nesse mundo dos Portadores da Vida.
O número dez – o sistema decimal – é inerente ao universo físico, mas não ao espiritual. O domínio da vida é caracterizado pelo três, o sete e o doze, ou pelos múltiplos e as combinações desses números básicos. Há três planos primordiais de vida, essencialmente diferentes, segundo a ordem das três Fontes e Centros do Paraíso, e, no universo de Nebadon, essas três formas básicas de vida estão separadas em três tipos diferentes de planetas. Havia, originalmente, doze conceitos distintos e divinos de vida transmissível. Esse número doze, com as suas subdivisões e múltiplos, perfaz todos os modelos básicos de vida, em todos os sete superuniversos. Há também sete tipos arquitetônicos de projetos de vida, arranjos fundamentais das configurações de reprodução da matéria viva. Os modelos de vida de Orvonton estão configurados por doze portadores de hereditariedade. As ordens diferentes de criaturas de vontade estão configuradas segundo os números 12, 24, 48, 96, 192, 384, e 768. Em Urântia, há quarenta e oito unidades de controle de modelos – determinadores das características – nas células sexuais da reprodução humana.
O Mundo Número Dois é a esfera de projetos da vida; nele todos os novos modos de organização da vida são elaborados. Se bem que os projetos originais de vida sejam providos pelo Filho Criador, o desenvolvimento efetivo desses planos é confiado aos Portadores da Vida e aos seus colaboradores. Quando os planos gerais da vida para um novo mundo são formulados, eles são transmitidos às esferas-sede, onde são minuciosamente estudados pelo conselho supremo dos Portadores da Vida mais experientes, em colaboração com um corpo de Melquisedeques consultores. Ainda que os planos partam de fórmulas previamente aceitas, é necessário que sejam passados ao Filho Criador e sejam endossados por ele. O dirigente dos Melquisedeques, freqüentemente, representa o Filho Criador nessas deliberações.
As vidas planetárias, portanto, ainda que semelhantes, sob alguns pontos de vista, são diferentes de várias maneiras em cada mundo evolucionário. Mesmo em uma série uniforme de vida, em uma única família
de mundos, a vida não é exatamente a mesma em dois planetas quaisquer; há sempre um tipo planetário, pois os Portadores da Vida trabalham constantemente em um esforço de aperfeiçoar as fórmulas vitais que são confiadas à sua guarda.
Há mais de um milhão de fórmulas químicas fundamentais, ou cósmicas, que constituem os modelos parentais e as inúmeras variações funcionais básicas das manifestações de vida. O satélite de número um da esfera de planejamento da vida é o reino dos físicos e dos eletroquímicos do universo, que servem como assistentes técnicos dos Portadores da Vida, no trabalho de captar, organizar e manipular as unidades essenciais de energia empregadas na elaboração dos veículos materiais para a transmissão da vida, o chamado plasma germinador.
Os laboratórios planetários de planejamento da vida estão situados no segundo satélite desse mundo, o de número dois. Nesses laboratórios, os Portadores da Vida, e todos os seus parceiros, colaboram com os Melquisedeques no esforço de modificar e possivelmente aperfeiçoar a vida projetada, para a implantação nos planetas decimais de Nebadon. A vida, que agora evolui em Urântia, foi planejada e parcialmente elaborada nesse mesmo mundo, pois Urântia é um planeta decimal, um mundo experimental de vida. Num mundo, em cada dez, é permitida uma variação maior, em relação ao projeto modelo de vida, do que nos outros mundos (os não experimentais).
O Mundo Número Três é devotado à conservação da vida. Nele, vários modos de proteção e preservação da vida são estudados e desenvolvidos pelos assistentes e custódios do corpo dos Portadores da Vida. Os planos de vida, para cada mundo novo, sempre providenciam o estabelecimento, logo de início, da comissão de conservação da vida, que consiste em custódios especialistas na manipulação especializada dos modelos básicos da vida. Em Urântia, vinte e quatro desses custódios ficaram encarregados de missões, dois para cada modelo fundamental ou parental da organização arquitetônica do material da vida. Em planetas como o vosso, a forma de vida mais elevada é reproduzida por um feixe portador de vida que possui vinte e quatro unidades modelo. (E já que a vida intelectual se desenvolve a partir dos fundamentos da vida física, e neles baseia-se, assim, vêm à existência as vinte e quatro ordens básicas de organização psíquica.)
A Esfera Número Quatro e os seus satélites tributários são devotados ao estudo da evolução da vida da criatura em geral e aos antecedentes evolucionários de qualquer nível de vida em particular. O plasma original da vida de um mundo evolucionário deve conter o potencial pleno para todas as variações futuras de desenvolvimento e para todas as modificações e mudanças evolucionárias subseqüentes. O provisionamento para esses projetos de metamorfose da vida, em longo alcance, pode requerer o aparecimento de muitas formas, aparentemente inúteis, de vida animal e vegetal. Esses subprodutos da evolução planetária, previstos ou imprevistos, surgem em um estágio de ação para apenas desaparecer; pois, no decorrer e ao longo de todo esse extenso processo, tem continuidade a trama da formulação sábia e inteligente dos elaboradores originais do plano da vida planetária e do esquema das espécies. Os múltiplos subprodutos da evolução biológica são todos essenciais à função plena e final das formas de vida de inteligência mais elevada, não obstante possa prevalecer, temporariamente, uma grande desarmonia exterior na longa luta de ascensão das criaturas mais elevadas para adquirir a mestria das formas inferiores de vida; e muitas destas são, algumas vezes, opostas à paz e ao conforto das criaturas em evolução dotadas de vontade.
O Mundo Número Cinco ocupa-se totalmente com a vida associada à mente. Cada um dos seus satélites é devotado ao estudo de uma única fase da mente da criatura,
correlacionada com a vida da criatura. A mente, tal como a compreende o homem, é uma dotação dos sete espíritos ajudantes da mente, sobreposta aos níveis não ensináveis ou mecânicos da mente, feita pelas agências do Espírito Infinito. Os modelos de vida reagem de formas variáveis a esses ajudantes e às diferentes ministrações espirituais que operam em todos os universos do tempo e do espaço. A capacidade das criaturas materiais de reagir espiritualmente depende por completo da dotação associada de mente, a qual, por sua vez, orientou o curso da evolução biológica dessas mesmas criaturas mortais.
O Mundo de Número Seis dedica-se à correlação da mente com o espírito, do modo como eles encontram-se associados às formas vivas e aos organismos. Esse mundo e os seus seis satélites tributários abrangem as escolas de coordenação das criaturas, nas quais os mestres, tanto do universo central quanto do superuniverso, colaboram com os instrutores de Nebadon na apresentação dos níveis mais elevados de alcance da criatura no tempo e no espaço.
A Sétima Esfera dos Portadores da Vida dedica-se aos domínios não revelados da vida da criatura evolucionária, no que ela se relaciona à filosofia cósmica da factualização expansiva do Ser Supremo.
A vida não aparece espontaneamente nos universos; os Portadores da Vida devem iniciá-la nos planetas até então estéreis. Eles são os portadores, disseminadores e guardiães da vida como esta surge nos mundos evolucionários do espaço. Toda a vida das ordens e das formas conhecidas em Urântia surge com esses Filhos, se bem que nem todas as formas de vida planetária existam em Urântia.
O corpo de Portadores da Vida, designado para implantar a vida em um novo mundo, consiste, usualmente, em uma centena de portadores mais experientes, cem assistentes e mil custódios. Os Portadores da Vida freqüentemente levam o plasma real da vida para um novo mundo, mas nem sempre. Algumas vezes, eles organizam os modelos de vida depois de chegarem ao planeta de designação, de acordo com fórmulas previamente aprovadas para uma nova aventura de estabelecimento da vida. Essa foi a origem da vida planetária de Urântia.
Uma vez providos os modelos físicos, de acordo com as fórmulas aprovadas, então, os Portadores da Vida catalisam esse material sem vida, comunicando-lhe, por meio das suas pessoas, a centelha da vida do espírito; e daí em diante o modelo inerte torna-se matéria viva.
A centelha vital – o mistério da vida – é conferida por intermédio dos Portadores da Vida, não por eles. Eles, na verdade, supervisionam essas operações, formulam o próprio plasma da vida, mas é o Espírito Materno do Universo que provê o fator essencial do plasma da vida. Da Filha Criativa do Espírito Infinito vem aquela centelha de energia que anima o corpo e que é o presságio da mente.
Na outorga da vida, os Portadores da Vida não transmitem nada das suas naturezas pessoais, nem mesmo nas esferas em que novas ordens de vida são projetadas. Nessas ocasiões, eles simplesmente iniciam e transmitem a centelha da vida, começam as revoluções necessárias à matéria, de acordo com as especificações físicas, químicas e elétricas dos planos e dos modelos determinados. Os Portadores da Vida são presenças vivas catalíticas que agitam, organizam e vitalizam os elementos, até então inertes, da ordem material de existência.
Aos Portadores da Vida de um corpo planetário é dado um certo período para estabelecer a vida em um mundo novo, aproximadamente meio milhão de anos do tempo daquele planeta. Ao final desse período, indicado por um certo alcance no desenvolvimento da vida planetária, eles cessam os esforços de implantação e nada podem acrescentar de novo ou de suplementar, subseqüentemente, à vida daquele planeta.
Durante as idades que se interpõem entre o estabelecimento da vida e o surgimento das criaturas humanas de status moral, aos Portadores da Vida é permitido manipular o ambiente da vida e, de outras maneiras, direcionar favoravelmente o curso da evolução biológica. E eles fazem isso durante longos períodos de tempo.
Uma vez que os Portadores da Vida que operam em um mundo novo tenham tido êxito na produção de um ser com vontade, com os poderes de decisão moral e escolha espiritual, então, nesse ponto, a sua tarefa termina – eles completaram a sua obra e não podem mais manipular a evolução da vida. Desse ponto em diante, a evolução das coisas vivas deve continuar de acordo com o dom da natureza inerente e das tendências que já hajam sido conferidas a elas e estabelecidas nas fórmulas e modelos da vida planetária. Aos Portadores da Vida não é permitido experimentar ou interferir na vontade; a eles não é permitido dominar ou arbitrariamente influenciar as criaturas morais.
Com a chegada de um Príncipe Planetário, eles preparam-se para partir, embora dois dos portadores mais experientes e doze custódios possam apresentar-se como voluntários, fazendo votos de renúncia temporária, a fim de permanecerem indefinidamente no planeta como conselheiros para as questões do desenvolvimento posterior e a conservação do plasma da vida. Dois desses Filhos e seus doze colaboradores estão agora servindo em Urântia.
Em cada um dos sistemas locais de mundos habitados em Nebadon, há uma única esfera em que os Melquisedeques têm funcionado como portadores da vida. Essas moradas são conhecidas como os mundos midsonitas do sistema, e, em cada um desses mundos, um Filho Melquisedeque, materialmente modificado, acasalou-se com uma Filha escolhida da ordem material de filiação. As Mães-Evas desses mundos midsonitas são enviadas do centro-sede do sistema da jurisdição, tendo sido escolhidas pelo portador da vida Melquisedeque designado, dentre as inúmeras voluntárias que responderam ao chamado do Soberano do Sistema dirigido às Filhas Materiais da sua esfera.
A progênie de um portador Melquisedeque da vida e de uma Filha Material é conhecida como midsonitas. O pai Melquisedeque dessa raça de criaturas supernas finalmente deixa o planeta da sua função única de vida, e a Mãe-Eva dessa ordem especial de seres do universo também parte, quando do aparecimento da sétima geração da sua progênie planetária. A direção desse mundo então passa para o seu filho mais velho.
As criaturas midsonitas vivem e funcionam como seres reprodutores nos seus magníficos mundos até que cheguem aos mil anos-padrão; quando então são transladadas por transporte seráfico. Os midsonitas são seres que não se reproduzem mais, daí em diante, porque a técnica de desmaterialização, pela qual eles passam, na sua preparação para enserafinar-se, priva-os, para sempre, das prerrogativas de reprodução.
O status atual desses seres dificilmente pode ser qualificado, como mortal ou como imortal, eles nem podem ser definitivamente classificados como humanos, ou como divinos. Essas
criaturas não são resididas por Ajustadores e, portanto, dificilmente seriam imortais. Mas elas também não parecem ser mortais; nenhum midsonita alguma vez experienciou a morte. Todos os midsonitas nascidos em Nebadon até hoje estão vivos, funcionando nos seus mundos de nascimento, em alguma esfera intermediária, ou na esfera midsonita de Salvington, nos grupos de mundos dos finalitores.
Os Mundos dos Finalitores de Salvington. Os portadores Melquisedeques da vida, bem como as Mães-Evas agregadas, partem das esferas midsonitas do sistema em direção aos mundos dos finalitores do circuito de Salvington, onde a sua progênie também está destinada a se reunir.
Com relação a isso, deve ser explicado que o quinto grupo dos sete mundos primários, nos circuitos de Salvington, são os mundos dos finalitores de Nebadon. Os filhos dos portadores Melquisedeques da vida e das Filhas Materiais são domiciliados no sétimo mundo dos finalitores, a esfera midsonita de Salvington.
Os satélites dos sete mundos primários dos finalitores são o ponto de encontro das personalidades do superuniverso e do universo central, e podem estar cumprindo missões em Nebadon. Embora os mortais ascendentes transitem livremente em todos os mundos culturais e esferas de aperfeiçoamento dos 490 mundos que compreendem a Universidade Melquisedeque, há certas escolas especiais, e inúmeras zonas de restrição, nas quais eles não têm permissão de entrar. Isto é verdadeiro especialmente com relação às quarenta e nove esferas sob a jurisdição dos finalitores.
O propósito das criaturas midsonitas não é conhecido no momento, mas aparentemente essas personalidades estão-se reunindo no sétimo mundo dos finalitores, em preparação para alguma eventualidade futura na evolução do universo. As nossas indagações a respeito das raças midsonitas sempre são referidas aos finalitores, e estes sem cessar recusam-se a discutir o destino dos seus pupilos. Independentemente da nossa incerteza quanto ao futuro dos midsonitas, sabemos que todos os universos locais de Orvonton abrigam um corpo, em acumulação crescente, desses seres misteriosos. É crença dos portadores Melquisedeques da vida que os seus filhos midsonitas sejam dotados, por Deus, o Último, com o espírito transcendental e eterno da absonitude.
É a presença dos sete espíritos ajudantes da mente, nos mundos primitivos, que condiciona o curso da evolução orgânica; isso explica por que a evolução é proposital e não acidental. Estes ajudantes representam aquela função de ministração da mente feita pelo Espírito Infinito, que se estende às ordens mais baixas de vida inteligente por meio das operações do Espírito Materno de um Universo local. Estes ajudantes são uma progênie do Espírito Materno do Universo e constituem a sua ministração pessoal às mentes materiais dos reinos. Quaisquer que sejam o local e o tempo em que essa mente se manifeste, ali, esses espíritos estarão funcionando de modos diversos.
Os sete espíritos ajudantes da mente são chamados por nomes equivalentes às designações seguintes: intuição, compreensão, coragem, conhecimento, conselho, adoração e sabedoria. Esses espíritos-mente fazem sentir a sua influência em todos os mundos habitados como um impulso diferencial, cada um buscando a capacidade de receptividade para a sua manifestação, em graus distintos e à parte daquilo que os seus companheiros possam encontrar em termos de receptividade e de oportunidade de atuação.
As posições centrais dos espíritos ajudantes, nos mundos-sede dos Portadores da Vida, indicam a esses supervisores o alcance e a qualidade da
função da mente de tais ajudantes, em qualquer mundo e em qualquer organismo vivo de status intelectual. Essas colocações de mente-vida são indicadoras perfeitas da função da mente viva, para os primeiros cinco ajudantes. Todavia, com respeito ao sexto e ao sétimo espíritos ajudantes – o da adoração e o da sabedoria –, essas posições centrais registram apenas uma função qualitativa. A atividade quantitativa do ajudante da adoração e do ajudante da sabedoria ficam registradas na presença imediata da Ministra Divina em Salvington, sendo uma experiência pessoal do Espírito Materno do Universo.
Os sete espíritos ajudantes da mente sempre acompanham os Portadores da Vida a um novo planeta, mas eles não devem ser encarados como entidades; eles são mais semelhantes a circuitos. Os espíritos desses sete ajudantes do universo não funcionam como personalidades separadas da presença da Ministra Divina no universo; eles são, de fato, um nível de consciência da Ministra Divina, e estão sempre subordinados à ação e presença da sua mãe criativa.
Faltam-nos as palavras adequadas para melhor definir esses sete espíritos ajudantes da mente. Eles são os ministros para os níveis mais baixos da mente experiencial e podem ser descritos, na seqüência das realizações evolucionárias, do modo seguinte:
1. O espírito da intuição – a percepção rápida, os instintos físicos primitivos e os reflexos inerentes, o dom da direção e outros dons autopreservadores ativos de todas as criações possuidoras de mente; o único dos ajudantes a funcionar tão amplamente nas ordens mais baixas da vida animal e o único a fazer um contato funcional amplo com os níveis não ensináveis da mente mecânica.
2. O espírito da compreensão – o impulso da coordenação, a associação de idéias espontânea e aparentemente automática. Essa é a dádiva da coordenação do conhecimento adquirido, o fenômeno do raciocínio rápido, do julgamento rápido e da decisão pronta.
3. O espírito da coragem – o dom da fidelidade – nos seres pessoais, a base da aquisição do caráter e a raiz intelectual da fibra moral e da bravura espiritual. Quando iluminado pelos fatos e inspirado pela verdade, isso se torna o segredo do impulso da ascensão evolucionária pelos canais do autodirecionamento inteligente e consciente.
4. O espírito do conhecimento – a curiosidade – a mãe da aventura e da descoberta, o espírito científico; o guia e o colaborador fiel dos espíritos da coragem e do conselho; o impulso de direcionar os dons da coragem para os caminhos úteis e progressivos do crescimento.
5. O espírito do conselho – o impulso social, o dom da cooperação com a espécie; a capacidade das criaturas volitivas de harmonizar com os seus companheiros; a origem do instinto gregário entre as criaturas inferiores.
6. O espírito da adoração – o impulso religioso, o primeiro anseio diferencial a separar as criaturas dotadas de mente em duas classes básicas de existência mortal. O espírito da adoração distingue, para sempre, o animal, ao qual está associado, das criaturas sem alma, no entanto com dotação mental. A adoração é a insígnia da candidatura à ascensão espiritual.
7. O espírito da sabedoria – a tendência inerente de todas as criaturas morais para o avanço evolucionário ordenado e progressivo. Este é o mais elevado dos ajudantes, o espírito coordenador e articulador do trabalho de todos os outros.
Este espírito é o segredo daquele impulso inato das criaturas de mente, o qual inicia e mantém o programa prático e efetivo da escala ascendente da existência; aquela dádiva das coisas vivas que responde pela sua capacidade inexplicável de sobreviver e, na sobrevivência, de utilizar a coordenação de toda a sua experiência passada e das oportunidades presentes para a aquisição da totalidade, em tudo o que todos os outros seis ministros mentais possam mobilizar na mente do organismo em questão. A sabedoria é o apogeu da atuação intelectual. A sabedoria é a meta de uma existência puramente mental e moral.
Os espíritos ajudantes da mente crescem pela experiência, no entanto nunca se tornam pessoais. Eles evoluem em função, e as funções dos primeiros cinco nas ordens animais são, em uma certa medida, essenciais para que todos os sete funcionem no intelecto humano. Essa relação com os animais faz com que os ajudantes sejam mais eficazes na prática como mente humana; assim, os animais são, de uma certa forma, indispensáveis à evolução intelectual do homem, bem como à sua evolução física.
Esses ajudantes da mente de um Espírito Materno do universo local estão relacionados à vida da criatura com status de inteligência, de uma maneira análoga à ligação que os centros de potência e os controladores físicos têm com as forças não viventes do universo. Eles prestam um serviço inestimável aos circuitos da mente nos mundos habitados e são colaboradores eficazes dos Mestres Controladores Físicos, que também servem como controladores e diretores dos níveis pré-ajudantes da mente, os níveis mentais não ensináveis ou mecânicos.
A mente viva, antes do aparecimento da capacidade de aprender pela experiência, é domínio da ministração dos Mestres Controladores Físicos. A mente da criatura, antes de adquirir a capacidade de reconhecer a divindade e de adorar a Deidade, é domínio exclusivo dos espíritos ajudantes. Com o surgimento da sensibilidade espiritual, no intelecto da criatura, essas mentes criadas imediatamente tornam-se supramentais, sendo instantaneamente incorporadas ao circuito dos ciclos espirituais do Espírito Materno do universo local.
Os espíritos ajudantes da mente não estão relacionados de nenhum modo diretamente à função diversificada e altamente espiritual do espírito da presença pessoal da Ministra Divina, o Espírito Santo dos mundos habitados; mas eles são antecedentes funcionais e preparatórios para o surgimento desse mesmo espírito no homem evolucionário. Os ajudantes proporcionam ao Espírito Materno do Universo um contato variado com as criaturas materiais viventes de um universo local, e um controle sobre elas; contudo, quando atuam nos níveis da pré-personalidade, eles não têm repercussão no Ser Supremo.
A mente não espiritual ou é uma manifestação da energia do espírito ou um fenômeno de energia física. Mesmo a mente humana, mente pessoal, não tem qualidades de sobrevivência fora da identificação com o espírito. A mente é uma outorga da divindade, mas não é imortal quando funciona sem o discernimento espiritual interno e quando é desprovida da capacidade de adorar e de aspirar à sobrevivência.
A vida é tanto mecânica quanto vital – material e espiritualmente. Os físicos e os químicos de Urântia progredirão constantemente no seu entendimento das formas protoplasmáticas da vida vegetal e animal, mas nunca se tornarão capazes de produzir organismos vivos. A vida é algo diferente de todas as manifestações de energia; mesmo a vida material das criaturas físicas não é inerente à matéria.
As coisas materiais podem desfrutar de uma existência independente, mas a vida brota apenas da vida. A mente só pode ser derivada da mente preexistente. O espírito tem origem
apenas em ancestrais espirituais. A criatura pode produzir as formas da vida, mas só uma personalidade criadora, ou uma força criativa, pode proporcionar a centelha ativadora da vida.
Os Portadores da Vida podem organizar as formas materiais, ou os modelos físicos para os seres vivos, mas o Espírito provê a centelha inicial da vida e outorga o dom da mente. Mesmo as formas vivas da vida experimental, que os Portadores da Vida organizam nos seus mundos, em Salvington, são sempre desprovidas de poderes de reprodução. Quando as fórmulas da vida e os modelos vitais estão corretamente reunidos, e organizados adequadamente, a presença de um Portador da Vida é suficiente para iniciar a vida, mas todos esses organismos vivos carecem de dois atributos essenciais – o dom da mente e os poderes da reprodução. A mente animal e a mente humana são dádivas do Espírito Materno do universo local, funcionando por meio dos sete espíritos ajudantes da mente, ao passo que a capacidade que a criatura tem de reproduzir é uma dádiva, pessoal e específica, do Espírito do Universo, ao plasma ancestral da vida inaugurado pelos Portadores da Vida.
Uma vez que os Portadores da Vida hajam elaborado os modelos da vida, após haverem organizado os sistemas de energia, deve ocorrer um fenômeno complementar; o “sopro da vida” deve ser comunicado a essas formas sem vida. Os Filhos de Deus podem construir as formas da vida, mas é o Espírito de Deus quem realmente contribui com a centelha vital. E quando a vida assim transmitida é consumida, então de novo o corpo material remanescente torna-se matéria morta. Quando a vida outorgada se exaure, o corpo retorna para o seio do universo material, do qual foi tomado emprestado pelos Portadores da Vida, para servir como um veículo transitório àquela dotação de vida que haviam transmitido a tal associação visível de matéria-energia.
A vida conferida às plantas e aos animais, pelos Portadores da Vida, não retorna para os Portadores da Vida, quando da morte da planta ou do animal. A vida que abandona uma coisa viva não possui nem identidade, nem personalidade; ela não sobrevive individualmente à morte. Durante a sua existência, e no tempo da sua permanência no corpo de matéria, ela passou por uma mudança; ela passou por uma evolução de energia e sobrevive apenas como uma parte das forças cósmicas do universo; não sobrevive como vida individual. A sobrevivência das criaturas mortais é totalmente baseada na evolução de uma alma imortal dentro da mente mortal.
Falamos da vida como “energia” e como “força”, mas realmente ela não é nem uma nem a outra. A energia-força é sensível de modo variável à gravidade; a vida não o é. O modelo original também não é sensível à gravidade, sendo uma configuração de energias que já perfez todas as suas obrigações de resposta à gravidade. A vida, como tal, constitui a animação de um sistema de energias – material, mental ou espiritual – segundo algum modelo configurado, ou de algum outro modo selecionado.
Há algumas coisas ligadas à elaboração da vida nos planetas evolucionários que não estão de todo claras para nós. Compreendemos plenamente a organização física das fórmulas eletroquímicas dos Portadores da Vida, mas não compreendemos totalmente a natureza e a fonte da centelha de ativação da vida. Sabemos que a vida flui do Pai através do Filho e pelo Espírito. É mais do que possível que os Espíritos Mestres sejam o canal sétuplo do rio da vida que é vertido sobre toda a criação. Porém, não compreendemos a técnica pela qual o Espírito Mestre supervisor participa do episódio inicial de outorga da vida em um planeta novo. Acreditamos que os Anciães dos Dias também tenham algum papel nessa inauguração da vida em um novo mundo, mas somos totalmente ignorantes sobre a natureza desse papel. Sabemos que o Espírito Materno do Universo, de fato, vitaliza os modelos sem vida e concede a esses plasmas ativados as
prerrogativas da reprodução dos organismos. Observamos que três são os níveis de Deus, o Sétuplo, algumas vezes designados como os Criadores Supremos do tempo e do espaço, mas, fora disso, sabemos pouco mais do que os mortais de Urântia – simplesmente que a concepção é inerente ao Pai; a expressão, ao Filho; e a realização da vida, ao Espírito.
[Ditado por um Filho Vorondadeque estacionado em Urântia, como um observador; e atuando nessa função a pedido do Dirigente Melquisedeque do Corpo de Supervisão da Revelação.]